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segunda-feira, janeiro 06, 2014

Após criança cair, Procon autua Infraero por falta de segurança no Galeão

Dois dias após a queda de uma menina de 3 anos do mezanino no terminal 2 do aeroporto internacional Tom Jobim (Galeão), no Rio, a Infraero foi autuada por
falta de segurança na tarde desta segunda-feira pelo Procon-RJ, autarquia de defesa do consumidor ligada ao Governo do Estado.

A criança sofreu traumatismo craniano e um corte na face ao despencar de cerca de sete metros. Ela passa bem, mas continua internada no CTI (Centro de Tratamento Intensivo) do Hospital Municipal Souza Aguiar.

Segundo Fábio Domingos, diretor de fiscalização do Procon-RJ, a menina caiu de um vão irregular com 19 centímetros de largura. "Ainda achamos outro espaço maior -com 21 centímetros. Até um adulto é capaz de passar ali", alertou.

A estatal também foi autuada por falta de água nos bebedouros, funcionamento precário do ar-condicionado no setor de embarque internacional, por uma canaleta metálica solta na esteira que liga o terminal 1 ao 2, um banheiro interditado, além de quatro elevadores parados. A multa pode variar entre R$ 480 e R$ 7 milhões.

"Não vistoriamos antes porque tínhamos apenas denúncias de banheiro interditado e elevadores quebrados. Não havia reclamação de falta de segurança", explicou o diretor do Procon.

A Infraero tem 15 dias para apresentar defesa e justificativas ao Procon. A medida prevista pela norma técnica de segurança do trabalho para o vão entre a escada rolante e a proteção de vidro do mezanino de onde a menina caiu não foi informada pelo Procon. A Folha tentou contato com o Ministério do Trabalho e com a Sociedade de Engenharia de Segurança do Estado do Rio, mas não obteve retorno.

Segundo a Infraero, o acidente aconteceu por volta das 17h de sábado, quando a criança brincava com os irmãos na área da escada rolante no mezanino. A menina então caiu no vão. As circunstâncias da queda são investigadas pela delegacia da Polícia Civil do aeroporto.

A estatal alega que o local conta com parapeito para evitar esse tipo de acidente. O pai da menina, no entanto, destaca que um perito confirmou que o vão estava irregular.

"Foi um milagre. Achei que ela estava morta porque tinha muito sangue no chão. É incrível que em nenhum momento ela perdeu a consciência. Ela fala normalmente e até caminha", disse o pai da criança, feliz após saber dos médicos que a filha não terá sequelas do acidente.

O pai da criança disse também que horas após o acidente, funcionários da Infraero tamparam o vão com uma lixeira na tentativa de esconder a abertura. Palacios e a mulher se revezam desde sábado entre o hospital e o hotel do Galeão, onde estão hospedados com os outros dois filhos de 7 e 9 anos. As despesas estão sendo pagas pela Infraero.

A estatal informou em nota que o aeroporto Tom Jobim segue todas as normas vigentes à época de sua construção, na década de 90. A empresa diz que "aguarda a finalização dos laudos técnicos para realizar as adequações que forem necessárias".

Reprodução Cidade News Itaú

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