No reencontro entre Pep Guardiola e José Mourinho, o espanhol levou a melhor a aumentou ainda mais a freguesia de seu rival. Nesta sexta-feira, o Bayern de Munique, comandado por Pep, perdia por 2 a 1, mas conseguiu um empate épico a 10 segundos do fim da prorrogação, e venceu o Chelsea nos pênaltis, por 5 a 4, conquistando a Supercopa Europeia.
Depois de sofrer um gol no começo da prorrogação, o Bayern igualou no finzinho com Javi Martinez. Naquela altura, o time alemão pressionava muito o Chelsea, que tinha um a menos em campo, já que o brasileiro Ramires foi expulso de campo no fim do segundo tempo de jogo.
Foi a primeira vez na história que uma equipe alemã conquistou a Supercopa. Antes, o próprio Bayern havia chegado perto, em 2001, mas ficou com o vice-campeonato ao ser derrotado pelo Liverpool, e em 1975 e 1976, quando perdeu para Dynamo Kiev e Anderlecht.
Agora, em 16 duelos entre os dois técnicos, donos de 35 conquistas somadas, Guardiola tem retrospecto ainda mais favorável: oito vitórias, cinco empates e apenas três triunfos do português, que saiu de campo com cara de poucos amigos e um vice-campeonato.
Conhecedor do estilo dos times de Guardiola, Mourinho montou a marcação dos Blues no campo de ataque, tentando impedir a troca de passes tranquila do time alemão. A tática não funcionou nos minutos iniciais, já que o Bayern segurava o jogo como queria, enquanto o Chelsea se fechava no campo de ataque e apostava nos contragolpes.
O clima ficou tenso logo no começo, em um desentendimento entre o brasileiro David Luiz e o atacante Mandzukic, após falta do defensor do Chelsea. Os dois trocaram xingamentos, se estranharam, e foram advertidos pelo árbitro do confronto.
Sem contar com Bastian Schweinsteiger, vetado por lesão no tornozelo, Guardiola apostou no lateral Philip Lahm no meio-campo, abrindo espaço para o brasileiro Rafinha na lateral direita. A escalação deu mais segurança à defesa, mas não tirou a ofensividade da equipe alemã.
A tática de contragolpear do Chelsea deu certo mais rápido do que Mourinho imaginava. Em um contra-ataque perfeito, Hazard avançou pela direita e tocou para Schurrle. O alemão cruzou na área e encontrou Fernando Torres, que bateu de primeira no ângulo de Neuer, anotando um belo gol e colocando os ingleses na frente do placar.
O gol dos ingleses obrigou o Bayern de Munique a se expôr mais em campo, e o Chelsea mais do que nunca se fechou. Os alemães chegaram com perigo em jogadas de Robben e Mandzukic, antes de Ribery assustar, de fato, o gol de Peter Cech. Primeiro ao bater colocado, obrigando o goleiro a se esticar todo para espalmar para escanteio. Depois, de novo pela esquerda, se livrou de Ramires e bateu cruzado, mas a bola foi pela linha de fundo.
A partida ficou menos movimentada a partir da segunda metade do primeiro tempo. Em vantagem, os comandados de Mourinho chegaram com perigo apenas mais uma vez, em lance que lembrou o gol. Schurrle, pela direita, cruzou para Torres na grande área, o espanhol dominou, girou sobre a marcação e bateu forte, mas a bola foi na rede pelo lado de fora. Enquanto isso, o Bayern seguiu explorando o lado direito da zaga rival, onde Ribery, eleito o melhor da Europa em 2012, encontrava facilidade.
Curiosamente, foi do outro lado que os alemães chegaram muito perto do empate. Na primeira vez em que foi acionado pela direita, Robben rolou para Thomas Muller chegar batendo. Cahill, em cima do lance, conseguiu travar a tempo e mandar a bola para escanteio, aos 37 minutos.
No segundo tempo, Ribery chamou a responsabilidade. E não demorou para o gol de empate sair. Pela esquerda, como sempre, ele recebeu na intermediária, cortou para dentro e soltou uma pancada. Cech até chegou na bola, mas viu ela ir parar na rede. O francês correu em direção ao técnico e o abraçou em comemoração efusiva. Guardiola, segurando a cabeça do camisa 7, sorriu.
O empate deu ainda mais fôlego para o atual campeão da Europa. Mais agressivo na marcação e no ataque, o time alemão montou uma pressão forte no campo de ataque e esteve perto da virada um minuto depois, outra vez com o autor do gol, que aproveitou cruzamento de Muller, bateu de primeira, mas a bola foi pela linha de fundo.
Com 18 minutos da etapa final, o Chelsea teve sua chance mais clara de voltar a ficar em vantagem. Em falha bizarra do zagueiro Dante, da seleção brasileira, que escorreu ao lado da área, Oscar recebeu dentro da área, tentou uma cavadinha, mas Neuer defendeu. O rebote ficou com Lampard, que bateu de fora da área, mas a bola saiu por cima do travessão.
O lance perigoso animou o time de Mourinho, que voltou a adiantar a marcação e a pressionar a saída rival. 'Prensado', Guardiola mexeu no meio de campo, lançando Javi Martinez no lugar de Rafinha, e Lahm voltando para a direita. Depois, a jovem promessa Mario Gotze entrou no lugar de Muller.
No momento em que os Blues estavam melhores em campo e quase marcaram em cabeçada de David Luiz, que exigiu ótima defesa de Neuer, o volante Ramires, recém-convocado para a seleção brasileira, foi expulso. O camisa 7 deu entrada dura no joelho de Gotze, recebeu o segundo amarelo e foi excluído de campo. Ele havia recebido a primeira advertência por falta por trás em Ribery.
O duelo, então, foi para a prorrogação. E, menos com um a menos, o Chelsea marcou. O belga Eden Hazard, aos dois minutos, recebeu pela esquerda, avançou, entrou na grande área e fintou dois marcadores. De frente para Neuer, soltou uma pancada, e o goleiro não conseguiu a defesa.
A partir dali, o jogo virou ataque do Bayern contra defesa do Chelsea, que por algumas vezes afastou a bola de seu campo com chutões para a frente. Os alemães, por sua vez, abusaram das bolas cruzadas na área rival, buscando Mandzukic. Especialmente no segundo tempo da prorrogação, Peter Cech mostrou inspiração ao fazer três ótimas defesas que impediram o empate.
Nos minutos finais, até Neuer deixou o gol e ficou como uma espécie de líbero no campo de defesa. Aos 10 minutos, ele cortou, de cabeça, uma bola no meio de campo e o jogo voltou para a metade de ataque de seu time. Mesmo com um a menos, os Blues conseguiam suportar a pressão imensa. Até que, a 10 segundos do fim, Martinez aproveitou confusão na área e empatou o sofrido duelo.
Nos pênaltis, as duas equipes conseguiram 100% de aproveitamento até a quarta cobrança. Shaqiri, do Bayern, converteu o quinto chute, e jogou a responsabilidade para Lukaku. O belga, então, falhou. Ele chutou fraco no canto esquerdo de Neuer, que defendeu e garantiu o título inédito para os alemães.
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