O cantor Reginaldo Rossi morreu às 9h25 desta sexta-feira (20), aos 70 anos, por falência de múltiplos órgãos em consequência de um
câncer no pulmão. Considerado Rei do Brega, o artista estava internado desde o dia 27 de novembro no Hospital Memorial São José, em Recife, após sentir fortes dores no peito. O corpo será velado no Plenário da Assembleia Legislativa a partir das 18h (horário local). O enterro está marcado para às 20h de sábado (21) no cemitério Morada da Paz, confirmado pelo hospital.
A versão anterior desta reportagem informava que o cantor estava com 69 anos, mas a idade correta, de 70 anos, foi confirmada pelo empresário de Rossi, Antônio Mojica, e pelos registros de candidatura no Tribunal Superior Eleitoral nas eleições de 2010, quando o cantor concorreu a deputado estadual de Pernambuco, mas não foi eleito.
O cantor do hit "Garçom" foi internado após ser diagnosticado com derrame pleural, que é o acúmulo excessivo de líquido no espaço entre a pleura visceral (membrana que recobre o pulmão do lado de fora) e a pleura parietal (superfície interna da parede torácica). Na semana passada, ele foi diagnosticado com câncer no pulmão. Ao UOL, o médico Iran Costa, que tratava o cantor, disse que apesar da melhora dos últimos dias, Reginaldo apresentou um agravamento nas funções renais e no pulmão nas últimas horas de vida.
Reginaldo chegou a ser transferido para um quarto, mas retornou à UTI no dia 9 de dezembro, quando voltou a sentir dores. No mesmo dia foi submetido a uma nova cirurgia para a retirada de líquido no pulmão, com a instalação de um dreno.
Logo na sequência ele iniciou o tratamento de quimioterapia e sessões de hemodiálise diária. Chegou a ter uma leve melhora no quadro clínico, mas na quinta-feira (19) voltou a respirar com ajuda de aparelhos.
O empresário do cantor, Antonio Mojica, contou ao UOL que antes de ser internado Reginaldo acreditava que estava com gripe. "Há um mês ele falava que estava com gripe. Toda hora falava disso. Ele devia estar com problema no pulmão desde aquela época". Antonio afirma que o cantor fumava muitos cigarros por dia. "Ele fumava toda hora. Chegava a acender um cigarro no outro".
Reginaldo estava com show marcado para o Revéillon do Recife, no bairro do Pina. Ele deixa a mulher Celeide Rossi, com quem era casado há mais de 30 anos, e com quem teve o filho Roberto.
Repercussão
Em entrevista por telefone ao UOL, o cantor brega Falcão disse que o bom humor e "breguice" tão característicos do seu trabalho tiveram influências de Reginaldo Rossi. "Eu me inspirei nessa parte melódica e bem humorada, quase sacana, que ele tinha", disse o cantor cearense, por telefone.
Ainda segundo Falcão, Rossi derrubou preconceitos em relação à música brega por causa da qualidade de seu trabalho. "Tudo o que ele fazia era bem feito. Ficou muito popular. Era daqueles que o povo pedia. Era um amigão, quase um irmão", disse o cantor.
Trajetória
Reginaldo Rodrigues dos Santos Rossi nasceu em Recife no dia 14 de fevereiro de 1943 e ingressou na faculdade de engenharia, mas não chegou a se formar e trabalhou como professor de matemática.
Começou a carreira artística em 1964 imitando Roberto Carlos em bares e clubes da capital pernambucana. Na época, ele era acompanhado pelo conjunto The Silver Jets.
Em 1966, lançou o primeiro LP, "O Pão", seguido por "Festa dos Pães", no ano seguinte. Em 1970 se afastou do rock com "À Procura de Você", que o introduziu no gênero brega-romântico, do qual se tornaria um dos maiores expoentes, ao lado de nomes como Odair José, Amado Batista, Wando e Agnaldo Timóteo.
Em meados dos anos 1980, já com 18 discos gravados, Rossi era um sucesso de vendas no Norte e Nordeste, mas permanecia desconhecido no eixo Rio-São Paulo. Em 1987 lançou um de seus maiores sucessos, "Garçom", que o tornaria conhecido no Sul e Sudeste no fim dos anos 1990.
Ao longo de sua carreira, o cantor gravou com artistas como Wanderléa, Roberta Miranda e Planet Hemp, e aceitou de bom grado o título de "Rei do Brega". Com cerca de 50 álbuns lançados, ele recebeu 14 discos de ouro, dois de platina, um de platina duplo e um de diamante.
Em 2011, Rossi venceu o Prêmio da Música Brasileira na categoria de melhor cantor popular, pelo álbum ao vivo "Cabaret do Rossi", que também rendeu um DVD, em que fazia releituras de sucessos como "Taras & Manias", "Dama de Vermelho", "Boate Azul", "Amor I Love You", "Só Você" e "I Will Survive".
Em 2009, ele participou do quadro "Dança dos Famosos", no programa "Domingão do Faustão".
Reprodução Cidade News Itaú
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