O trio acusado de crimes de canibalismo optou por não responder ao interrogatório sobre a morte e ocultação do corpo de Jéssica Camila da Silva, que seria
feito nesta quinta-feira (12), durante audiência de instrução na Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Olinda. A audiência estava suspensa desde outubro do ano passado, quando a defesa pediu exames sobre a capacidade mental dos réus. O crime foi descoberto no ano passado, após investigação policial ter localizado outras duas vítimas do trio em Garanhuns, no Agreste de Pernambuco.
O laudo foi entregue à Justiça no dia 22 de novembro e atestou que os três não têm problemas mentais. Os advogados dos réus já informaram que vão pedir nova perícia. Eles estão esperando a intimação sobre o resultado dos laudos de Jorge Beltrão, Isabel Cristina da Silveira e Bruna Cristina Oliveira para entrarem com o requerimento.
"Jorge foi aposentado pelo INSS pela patologia de esquizofrenia paranoide. Essa perícia ocorreu há dois, três anos. A lei processual nos diz que, se há divergências entre dois laudos, faz-se um terceiro. Sobre Bruna, prefiro falar quando eu tiver acesso ao laudo", explicou o advogado Raniere Aquino, que defende os dois réus.
Já o advogado Paulo Sales apenas informou que a defesa acredita que Isabel tenha problemas psicológicos. "Mas não posso afirmar o teor, pois ainda não tive acesso ao laudo", disse. Os advogados também solicitaram a transferência dos réus para penitenciárias no interior de Pernambuco. Eles estão presos provisoriamente em unidades na Região Metropolitana do Recife. As mulheres querem ir para Buíque e o homem, para Pesqueira, municípios do Agreste do estado.
A juíza Maria Segunda, titular da Vara, informou que vai se manifestar sobre a transferência após as alegações finais da Promotoria e dos advogados. A partir desta quinta-feira, eles têm cinco dias para apresentar essas alegações. Depois, a magistrada terá dez dias para decidir se os acusados serão absolvidos ou se irão a júri popular. "Pelo resultado do laudo, que mostra que eles podem responder pelos seus atos, eles provavelmente irão para júri popular", afirmou.
A magistrada informou ainda que o fato de os réus permanecerem calados não causa prejuízos a eles no processo, pois é um direito que está na Constituição Federal. O crime ocorreu em 2008, em Olindax. A magistrada recebeu a denúncia oferecida pelo Ministério Público em julho de 2012. Os acusados respondem por ocultação de cadáver e homicídio quadruplamente qualificado (por motivo fútil, meio cruel, sem chance de dar defesa à vítima e para assegurar a execução, ocultação e impunidade de outro crime).
Reprodução Cidade News Itaú
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