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terça-feira, dezembro 03, 2013

Ligação anônima diz que padrasto saiu de casa com Joaquim no colo

Joaquim, de 3 anos, desapareceu no dia 5 de novembro em Ribeirão Preto (Foto: Divulgação/Arquivo pessoal)Uma ligação anônima recebida na manhã do desaparecimento do menino Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, afirma que o padrasto do menino, o técnico em TI Guilherme
Longo, teria saído de casa com a criança no colo durante a madrugada, andado em direção ao córrego. O telefonema foi atendido por Alessandro Mignoni Ponte, irmão de Natália Ponte, mãe de Joaquim, enquanto ele estava na casa da família em Ribeirão Preto (SP).
O delegado Paulo Henrique Martins de Castro afirmou que, após receber a ligação, Alessandro ligou para a Polícia Militar para comunicar o caso. Segundo Castro, a polícia ainda não sabe quem foi o autor do telefonema, o que impossibilita identificar se a informação é verdadeira ou se não passava de um trote. "A gente tem que ter reservas", disse.
Todas essas informações - divulgadas nesta terça-feira (3) - estão incluídas em um relatório em que constam as ligações recebidas pela PM no dia do desaparecimento do menino, em 5 de novembro, e anexadas ao inquérito da Polícia Civil, que já conta com mais de 400 páginas, divididas em três volumes.
Ao ligar para o 190, o tio de Joaquim diz que recebeu o telefonema em um aparelho sem identificador de chamadas, enquanto estava na casa da irmã. O denunciante teria dito que presenciou o padrasto deixando a casa com Joaquim no colo por volta de meia-noite, descendo em direção ao córrego e voltando momentos depois, já sem o garoto. "Pode apertar 'ele' [Longo], que ele sabe onde tá o menino", teria afirmado a testemunha antes de desligar, conforme consta no relatório da Polícia Civil.
De acordo com o delegado, a polícia tentou rastrear o número de onde teria partido a ligação, mas a investigação não obteve o resultado esperado. "Parece que era um orelhão. Por isso, a gente tem que ter reservas com essa informação. Naqueles dias subsequentes ao sumiço foram vários trotes recebidos pela família. Temos que ter muito cuidado com essas ligações", afirma Castro.


Peritos analisam janelas da casa onde morava a família de Joaquim (Foto: Érico Andrade/G1)Peritos analisam janelas da casa onde morava
a família de Joaquim (Foto: Érico Andrade/G1)
Conclusão do inquérito
Ainda nesta terça-feira, Castro afirmou que tem provas suficientes para concluir que o garoto foi morto dentro de casa, em Ribeirão Preto. O delegado já havia afirmado também que a perícia não encontrou vestígios de uma terceira pessoa no imóvel em que a família morava, na madrugada em que Joaquim desapareceu, o que confirma a suspeita de que a mãe e o padrasto estejam envolvidos na morte da criança.
"O menino foi morto dentro de casa e as provas que colhemos até agora são robustas para conseguir uma condenação e apontar a culpa a quem for devida", diz Castro, afirmando que aguarda os laudos dos testes toxicológicos feitos nos órgãos e no sangue da criança, além do relatório completo das ligações telefônicas recebidas e efetuadas pela mãe e pelo padrasto de Joaquim, para elaborar o relatório final sobre o caso.
"Temos um conjunto de provas suficiente, tanto que o casal está preso. Vamos aguardar os laudos. O resultado, conclusivo ou não, não é tão relevante assim. Esgotamos as diligências no sentido de todas as requisições para laudo, perícia, testemunhas ouvidas, familiares ouvidos. Esperamos que, com isso, a gente consiga demonstrar toda a linha de investigação e indicar o autor e o motivo do crime", conclui o delegado.
Prorrogação
Castro disse que avalia a possibilidade de pedir a prorrogação da prisão da mãe e do padrasto de Joaquim para prolongar as investigações, já que a polícia quer esgotar todas as possibilidades sobre a morte da criança. "Nós estamos analisando se será necessária a prorrogação da prisão dos dois ou apenas do Guilherme", disse.
Nátália Ponte e Guilherme Longo devem permanecer detidos, pelo menos, até a próxima terça-feira (10), quando vence o prazo da prisão temporária expedida pela Justiça. Nesta segunda-feira (2), o advogado do padrasto tentou, pela terceira vez, conseguir a liberdade do cliente, entrando com um agravo regimental no Tribunal de Justiça de São Paulo, para obter uma liminar de habeas corpus. A defesa da mãe informou, por outro lado, que não tem interesse em pedir a libertação neste momento.

Reprodução Cidade News Itaú

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