Um homem morreu durante saques na província argentina de Entre Ríos em meio a uma das greves salariais da polícia, revelou uma fonte oficial
nesta segunda-feira (9).
"Um homem morreu em meio a um episódio de invasão, de um saque, e foi eletrocutado" na cidade de Concordia, a uns 400 quilômetros ao norte de Buenos Aires, segundo o chefe de Gabinete da província, Jorge Capitanich.
Os protestos policiais explodiram na semana passada na província de Córdoba (centro), onde um jovem de 20 anos morreu baleado, e se estenderam para distritos do centro, norte e sul do país.
Em Concordia, policiais à paisana acompanhados por suas esposas se concentraram em frente à prefeitura enquanto tocavam tambores e agitavam bandeiras. O mesmo acontecia também na cidade de La Plata, ao sul da capital, segundo imagens da televisão.
"São grupos que pretendem semear caos e perturbação. Não é por acaso que esta caricatura de efeito autoritário procura minar a legitimidade democrática, quando a Argentina completa 30 anos de democracia ininterrupta", indicou Capitanich.
Na terça-feira serão lembradas na Argentina três décadas da restauração democrática que colocou fim à ditadura e deu início ao período mais extenso de vigência da ordem constitucional desde a declaração de independência de 1816.
As manifestações de policiais prosseguiam nesta segunda-feira nas províncias de Buenos Aires (centro-leste, a mais populosa), Entre Ríos (centro-leste), Corrientes (nordeste), Jujuy (norte), Tucumán (norte), Santa Fe (centro-leste) e Chaco (nordeste).
O governador de Entre Ríos, Sergio Urribarri, declarou à rádio Del Plata que, além da pessoa morta, "25 ficaram se feriram com vidraças quebradas em lojas".
"Não há uma situação social que justifique o que está acontecendo. É uma sedição, há instigação política para estes fatos", acrescentou o governador.
A morte do saqueador ocorreu na noite de domingo quando ele entrava em uma loja de eletrodomésticos, onde foi eletrocutado acidentalmente, segundo as informações oficiais.
As únicas fotos divulgadas dos saques noturnos foram tiradas por testemunhas com suas câmeras e colocadas nas redes sociais, onde é possível ver grupos pequenos e organizados atacando as lojas.
"Não pode existir sindicalização para uma pessoa que porta uma arma. Querem gerar caos e tumultos", afirmou Capitanich, ministro coordenador do governo da presidente Cristina Kirchner, em relação às demandas policiais.
O funcionário de alto escalão também levantou a suspeita de que "os saques fazem parte de uma ação planejada pelos grupos que protestam".
A greve de policiais não atinge as forças federais, de 60 mil homens, e se limita às do âmbito provincial.
Na Argentina, a inflação anual se situa em torno dos 30%, segundo consultorias privadas.
Os governos provinciais de Córdoba, Neuquén (sul), San Juan (oeste), Catamarca (norte), Rio Negro (sul) e Chubut (sul) conseguiram sufocar os protestos oferecendo aumentos que duplicam ou triplicam os salários atuais dos policiais.
Reprodução Cidade News Itaú
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