O empresário mossoroense Edvaldo Fagundes, conhecido como “Edvaldo do Sal”, voltou a ser notícia nesta semana. Porém, não foi no noticiário ligado à economia,
tampouco, à política, mesmo sendo Edvaldo um dos principais doadores da campanha de Cláudia Regina e sendo responsável, inclusive, por uma das condenações dela na Justiça Eleitoral. Nesta semana, o empresário foi notícia por suspeita de comandar um esquema de apropriação indébita previdenciária, sonegação fiscal, falsidade ideológica, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
As empresas de Edvaldo Fagundes foram “visitadas” nesta terça-feira pela Polícia Federal, durante a operação Salt, quando foram cumpridos mandados de busca e apreensão para colher informações que permitissem a continuidade das investigações contra o empresário. A PF, por sinal, não confirmou que se trata de Edvaldo, contudo, para a imprensa mossoroense, o nome do empresário estampou todas as notícias sobre o assunto. “Polícia Federal afirma já ter elementos para condenação do grupo Edvaldo Fagundes”, intitulou jornal O Mossoroense.
Contudo, é bem verdade que, apesar de ter saído do noticiário político para o policial, é impossível não relacionar Edvaldo Fagundes à cassação de Cláudia Regina. Depois do DEM, partido da prefeita afastada, ninguém doou mais dinheiro para a campanha de Cláudia Regina em 2012. Foram mais de R$ 473.264 repassados por Edvaldo e suas empresas, de forma legal, à campanha da candidata.
“De forma legal” porque uma das condenações sofridas por Cláudia Regina na Justiça Eleitoral foi, justamente, baseada em irregularidades na prestação de contas dela. A candidata democrata teria, por exemplo, praticado “caixa 2″ ao não colocar na relação de gastos o uso do helicóptero de Edvaldo Fagundes, que voou por Mossoró, com as cores da coligação de Cláudia Regina, durante boa parte do pleito eleitoral.
“Analisando pelo prisma qualitativo, tanto mais grave considero as irregularidades identificadas, posto que os representados, de forma vergonhosa e descarada, ludibriaram a fiscalização da Justiça Eleitoral, ao deixarem de registrar doações de bens/serviços estimáveis em dinheiro e, principalmente, apresentarem valores de avaliação de bens/serviços doados em montante consideravelmente aquém daqueles praticados pelo mercado, o que viola, no entendimento desta magistrada, não somente a literalidade da norma jurídica, mas, também, o próprio ordenamento jurídico eleitoral, e a seriedade que se deve imprimir nas prestações de contas”, afirmou Ana Clarisse ao condenar a prefeita com base, em parte, nas doações de Edvaldo Fagundes.
Na ação da PF, por sinal, o helicóptero de Edvaldo Fagundes foi um dos bens do empresário que foram bloqueados pela Justiça. Além dela, a loja de tecidos Líder, doadora direta da campanha de Cláudia Regina, aparece como uma das originárias da ação que causou nesta terça-feira a Operação Salt.
Contudo, é bem verdade que essa não foi a única polêmica que Edvaldo Fagundes se envolveu quando se fala na campanha de Cláudia Regina. O empresário também foi citado em casos de compra de votos por anunciar a doação de dinheiro para uma instituição de caridade em caso de vitória da candidata democrata. Porém, para a Justiça Eleitoral, esse caso, em específico, acabou não se confirmando como irregularidade.
ENTRE A POLÍCIA E A POLÍTICA
É bem verdade, entretanto, que não foi só na Operação Salt que Edvaldo Fagundes se destacou nas páginas policiais. No início do ano, a juíza federal Emanuela Mendonça Santos Brito, da 8ª Vara Federal, bloqueou os bens de 32 empresas e 29 pessoas ligadas ao Grupo Líder na cidade de Mossoró e região. Foram mais de R$ 400 milhões em bens bloqueados.
As empresas atuam no ramo de sal, tecido, construção, transportes e locação de veículos; venda de veículos e peças; maricultura; lojas de conveniência e consultoria de gestão empresarial (todos considerados integrantes do Grupo Líder). A magistrada salientou na decisão que os documentos apresentados pela Fazenda Nacional mostram que Edvaldo Fagundes aplicou a estratégia, desde o início das suas atividades na década de 90, de usar os nomes dos seus empregados para constituir empresas que, de fato, são suas.
Reprodução Cidade News Itaú
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