Uma advogada de 39 anos é suspeita de dar golpes em clientes junto com o pai, também advogado, de 71 anos. Sabrina Naschenweng foi detida em sua residência em um condomínio de luxo em Florianópolis (SC) na quarta-feira durante a
Operação Patrono. Edelmo Naschenweng é considerado foragido.
Segundo investigações da Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas (DEDC) do Paraná, os dois se apropriavam dos valores obtidos em ações judiciais, que eram de direito dos clientes. O escritório de advocacia Naschenweng Advogados Associados, com sede na capital catarinense e filial em Curitiba (PR), é representado por filha e pai.
Segundo o delegado adjunto da DEDC, Matheus Laiola, o escritório recebia os clientes e era assinado um contrato de prestação de serviços advocatícios. Era dada entrada com uma ação judicial contra, por exemplo, a Fazenda Nacional, para fins indenizatórios. “Quando havia ganho de causa, o escritório encaminhava uma carta, com uma procuração em anexo, dizendo que havia necessidade da assinatura do cliente para ‘agilizarmos e concluirmos o processo em questão’. O cliente assinava, o escritório de advocacia sacava todo o dinheiro e não dava ao cliente o valor ganho na ação, se apropriando de todo o valor. Depois de sacado o dinheiro, o cliente não conseguia mais contato com os advogados”, contou.
Além da advogada e de seu pai, outros dois funcionários do escritório tiveram mandado de prisão expedido pela Justiça. Todos responderão pelos crimes de formação de quadrilha e estelionato.
No Paraná, há outros cinco inquéritos policiais instaurados contra os advogados, além de três boletins de ocorrências nas cidades de Curitiba, Maringá e Foz do Iguaçu. Há também procedimentos criminais em Santa Catarina contra o escritório. Todos pela mesma conduta: se apropriar dos valores dos clientes. Ainda não há uma estimativa do total de dinheiro dos golpes.
“Para nós, ela (Sabrina) disse que tem aproximadamente 5 mil clientes nos Estados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo e, por isso, acreditamos que existam mais vítimas destes advogados. Pedimos que venham até a DEDC para que possamos prosseguir nas investigações”, afirmou Laiola.
A operação contou com o apoio da Diretoria Estadual de Investigações Criminais da Polícia Civil de Florianópolis (Deic) e foi batizada de Patrono em razão do significado da palavra, que quer dizer defensor, protetor.
Reprodução Cidade News Itaú
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