Uma rede de pedófilos que compartilhava e produzia imagens de pornografia infantil pela internet em 11 Estados do país foi desmontada nesta terça-feira (19)
pela Polícia Federal.
A investigação, que já dura dois anos, prendeu 18 pessoas em flagrante por posse de pornografia infantil, em cinco Estados (São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul).
Um homem, morador da cidade de São Paulo, também foi preso preventivamente sob suspeita de estupro de menores. Segundo a PF, ele atraía crianças para uma casa em que tirava fotos das vítimas e cometia os abusos.
No total, cerca de 300 pessoas estão sendo investigadas, sob a suspeita de posse e compartilhamento de pornografia infantil.
Sob três delas, também pesa a suspeita de abuso sexual de menores -- além do caso de São Paulo, há um em Minas Gerais e outro na Bahia. Os outros homens foram presos ainda durante as investigações.
MODUS OPERANDI
O grupo usava um site russo de compartilhamento de fotos, cujo nome não foi divulgado, para enviar fotos de crianças nuas ou em cenas de abuso sexual. As vítimas, segundo a PF, tinham entre 6 meses e 15 anos.
"É chocante. Há casos em que a gente olha e se pergunta: 'Será que essa criança sabe falar?'. Tem até bebê de colo", afirma o delegado Flávio Palma Setti, que coordenou as investigações.
Entre os suspeitos, há professores, um chefe de um grupo escoteiro, um médico, um policial militar e um oficial da Aeronáutica. "São pessoas aparentemente acima de qualquer suspeita", diz Setti.
Na maioria dos casos, era o pai ou uma pessoa muito próxima da criança, como vizinhos ou amigos da família, quem cometia os crimes. Alguns deles trocavam suas imagens por outras de seu interesse, "encomendando" as fotos que mais lhe apraziam.
Dois brasileiros que moram nos EUA e utilizavam o site russo também estão sendo investigados pelo FBI. Até a manhã desta terça-feira, a polícia não tinha informações sobre eventuais prisões naquele país.
As 18 pessoas presas em flagrante até agora podem ser soltas mediante pagamento de fiança. A PF ainda vai investigar se esses suspeitos compartilharam as fotos pela internet, o que configuraria um crime inafiançável, ou se cometeram abusos.
"Essa é só a primeira fase da investigação. Agora, precisamos colher depoimentos, aguardar provas periciais, identificar outras pessoas envolvidas nos crimes, para depois indiciarmos os suspeitos", afirma a agente Miriam Regina Braga.
Reprodução Cidade News Itaú
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