A Procuradoria da República do Rio de Janeiro, do Ministério Público Federal, enviou na terça-feira à Justiça Federal mais um pedido para
que Emerson Sheik seja condenado por contrabando. O documento reforça o recurso do MPF para que a Justiça anule a absolvição obtida pelo jogador do Corinthians em primeira instância e julgue ele como culpado pela venda ilegal de uma BMW X6 a Diguinho, do Fluminense, em 2010.
A Justiça inocentou Sheik em agosto. O Ministério Público discordou da decisão e resolveu recorrer.
O processo foi enviado para o Tribunal Regional Federal do Rio de Janeiro, a segunda instância da Justiça Federal no Estado. O juiz Abel Gomes solicitou um parecer da Procuradoria da República sobre o assunto.
O parecer foi feito pela procuradora Silvana Batini. Ela também entendeu que Sheik é culpado:
"Não se pode negar que houve fatos atípicos em negociações regulares", disse a procuradora no parecer. "Somadas as circunstâncias, não há como se afastar a conclusão de que ele importou de forma consciente e voluntária a BMW, sabendo que era usada e, portanto, de ingresso proibido no Brasil."
O documento será agora avaliado pelo juiz. Caso seja condenado por crime de contrabando, Emerson pode ser preso de 1 a 4 anos.
Procurado pelo UOL Esporte, o advogado de Sheik, Ricardo Cerqueira, disse que o parecer da Procuradoria é um procedimento normal. Ele disse que confia que a absolvição do jogador será mantida também na segunda instância.
Entenda o caso
A denúncia de Sheik no crime de lavagem de dinheiro ficou evidenciada, segundo o MP, a partir do seguinte acontecimento. Sheik comprou um BMW X6, cor branca, por R$ 200 mil (R$ 160 mil e mais R$ 40 mil em IPI) em 29 de outubro de 2010, da Rio Bello. Quase dois meses depois, o atacante negociou seu veículo para a mesma Rio Bello e pelo mesmo preço (mas sem o IPI).
No mesmo dia em que Sheik se desfez do veículo, o jogador Diguinho efetuou a compra do BMW X6 pelo mesmo valor. Vinte dias depois, o volante do Flu revendeu o veículo para a mesma Rio Bello. Horas depois, Diguinho recomprou o automóvel da Rio Bello.
A ação é típica de lavagem de dinheiro, onde é injetado dinheiro sujo para recebimento de dinheiro ou bem legal, concluiu o MP.
Em depoimento ao MP no ano passado, o atacante corintiano não soube explicar por que a venda de o veículo para Diguinho representou R$ 315 mil, mas na nota constava R$ 200 mil. Na ocasião, afirmou que não tinha visto a nota e que um amigo chamado Caetano costuma fazer suas transações de veículos. Caetano (cujo sobrenome não foi revelado) rebateu e disse que jamais negociou para o atacante. Já Diguinho reconheceu ao MP a diferença dos valores.
Reprodução Cidade News Itaú
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