Agressor de secretário de Ordem Pública do Rio volta a ser preso

O agressor do secretário de Ordem Pública (Seop) voltou a ser preso na tarde desta sexta-feira (8), por volta das 17h30. Eduardo Fauzi foi

conduzido à 4ª DP (Praça da República), um dia depois do titular da pasta, Alex Costa, registrar queixa por conta das ameaças verbais feitas a ele pelo agressor, um dia após a confusão. O Ministério Público (MP) denunciou Fauzi à Justiça nesta quinta (7) por lesão corporal, ameaça, coação, desacato a funcionário público e exercício ilegal de profissão.

Na delegacia, Eduardo Fauzi afirmou que perdeu a cabeça quando o secretário pediu para que a imprensa se posicionasse. “Foi uma agressão por trás, foi em um momento de fúria, não foi premeditado. Foi no momento em que ele proferiu uma piadinha que talvez não tenha vazado para imprensa. Naquele momento eu surtei”, disse.

Na terça (5), Fauzi assistiu à interdição de seu estacionamento e, durante entrevista de Costa, deu um tapa no secretário. Na ocasião, ele foi preso, mas liberado após pagamento de fiança.

De acordo com o delegado Luiz Lima Ramos, Fauzi foi preso por "uma escalada de ações criminosas". A prisão preventiva foi pedida — e aceita pela 32ª Vara Criminal, ainda segundo o delegado — por "temermos que algo ainda mais grave poderia vir a acontecer".

O delegado disse que já tinha mandado várias intimações a Eduardo Fauzi e que ele não comparecia à delegacia. Segundo Lima, a polícia recebeu a informação de que Fauzi compareceria à reunião na sede da Associação dos Guardadores Autônomos São Miguel, onde Fauzi foi detido.

"Ele iniciou uma verdadeira cruzada criminal. Ele começou agredindo, depois ameaçou, desacatou", disse Lima. Além destes crimes, Fauzi responderá por coação no curso do processo e exercício ilegal da profissão. Segundo o delegado, o que gerou a prisão foi o somatório destas penas.

"Tentamos intimá-lo na quarta- feira (6) de noite. Voltamos na quinta-feira e hoje de manhã. Achei que ele já estava querendo fugir e pedi o decreto da prisão preventiva dele", disse Lima.

Sobre um possível planejamento da morte do secretário, o delegado disse que recebeu uma denúncia do disque-denúncia que consta uma reclamação. "Nós não recebemos esta denúncia, mas outros órgãos receberam. Eu não tive conhecimento desta reunião", explicou Lima.

O reencontro

Fauzi e Costa voltaram a se ver em mais uma visita do secretário a estacionamentos que seriam fechados, também no Centro do Rio, no dia 6. Pouco depois da chegada da autoridade, o representante de estacionamentos provocou. “Como vai o senhor, tudo bem?”.

Ouvido, a poucos metros, pelo secretário e diante das câmeras, o dono do estacionamento vociferou: "Tapa na cara desse animal foi pouco, faria tudo de novo. Não sou covarde de falar pelas costas, eu falo na cara. Esse verme representa os interesses das grandes corporações e não da população. Se depender de mim, ele vai apanhar de novo”.

No momento em que ameaçou Alex Costa, Eduardo Fauzi estava com a mesma roupa do momento da agressão e disse não ter tido tempo de ir para casa e de tomar banho após ser levado para a delegacia. Segundo o secretarário, os estacionamentos fechados não tinham alvará de funcionamento.

'Vítima de extorsão', diz agressor

“Eu represento uma categoria de mais de 200 guardadores e quem foi agredido fui eu, vítima de extorsão e perseguição política", disse Eduardo Fauzi. Segundo ele, um homem que disse representar o secretário teria feito ligações para combinar uma propina e liberar a utilização do estacionamento.

“Tenho uma gravação, mas não sei o sobrenome de quem me ligou, apenas se identificou como Antônio. Ele cobrava R$ 50 mil para não fechar o estacionamento. Como eu não dei o dinheiro, destruíram a casa e o trabalho de um homem e de outras pessoas. Isso sim é uma covardia", finalizou.

Reprodução Cidade News Itaú