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segunda-feira, setembro 30, 2013

Polícia vai pedir prisão temporária de segundo motorista, diz delegado

Paulo Henrique Mogi (Foto: Pedro Carlos Leite/G1)O delegado titular do 2º Distrito Policial de Mogi das Cruzes, Edson Gianuzzi, vai pedir a prisão temporária do auxiliar de escritório Paulo Henrique de Oliveira Mota Batista, de 23 anos. Ele é um dos motoristas do acidente que resultou no atropelamento e na morte de seis jovens em Mogi no sábado (28).
Segundo o delegado a prisão deve ser solicitada ainda nesta segunda-feira (30). Batista esteve nesta segunda-feira no 2º DP para prestar depoimento. Ele foi indiciado por homicídio doloso qualificado. "Será pedida a prisão temporária dele. Para pedir a temporária é preciso ver todos os ângulos da ocorrência, inclusive o interrogatório dele", explicou Gianuzzi. O delegado completou que pelo interrrogatório há subsídios para que o pedido seja feito. "A polícia está convencida de que houve um racha. Ele pode ter sido premeditado ou  espontâneo", destacou Gianuzzi.
Paulo Henrique chegou ao 2º Distrito Policial às 10h e ficou no local até 12h30. Ele saiu da delegacia para o Instituto Médico Legal (IML) onde fará exame de sangue para detectar se há indícios de álcool e drogas em seu organismo.
Enquanto, Batista apresentava sua versão dos fatos para a polícia, alguns pais e parentes das vítimas do acidente se concentraram em frente a delegacia.
Um deles era o gari Hamilton de Deus Pereira, pai de Herick Henrique Marques Pereira, de 17 anos. “Esse que foi solto tem que ficar preso que nem o outro. No domingo ele voltou no lugar para pegar a placa do carro dele que caiu. Porque ele foi fazer isso? Esse cara tem culpa que nem o outro.”
 “Eu não desejo mal nenhum para esse rapaz. Mas ele tem que assumir, tem que ser homem”, disse Geraldino Ferreira Nunes, pai de Jeferson Andrade Nunes, de 17 anos, que morreu atropelado. Nunes ainda questiou Batista na saída da delegacia. Muito indignado, ele perguntou ao motorista se ele não estava correndo, porque a placa do veículo caiu.
Durante a manhã, Batista disse ao G1 não ter responsabilidade no caso. O outro motorista envolvido no acidente e que atropelou os jovens está preso. “Não me sinto responsável pelo que aconteceu porque em nenhum momento chamei para o racha. Apenas ultrapassei porque ele estava devagar na pista. Eu estava mais ou menos a 80 quilômetros por hora na hora do acidente”, afirmou ao G1 na manhã desta segunda-feira.
O acidente aconteceu por volta da 0h30 de sábado e Reginaldo Ferreira da Silva, de 41 anos, que dirigia o outro carro atingiu um grupo de dez jovens. Desse total, seis morreram na hora, um ficou ferido e foi encaminhado a Santa Casa de Mogi das Cruzes. Os outros tiveram apenas ferimentos leves, de acordo com a Polícia. Reginaldo admitiu à polícia que dirigia embriagado e sem habilitação.
O auxiliar, que tem três filhos, disse ainda que é habilitado desde os 18 anos. "Nunca me envolvi em acidente. Antes de pegar a estrada e do acidente acontecer eu estava em um jantar na Vila Industrial e não bebi. Eu estava sozinho na hora que tudo aconteceu. Conhecia de vista algumas pessoas que foram atropeladas, mas não sei exatamente quem morreu".
Batista disse ainda que mora a cerca de 200 metros do local do acidente e que não parou porque ficou com medo do que podia acontecer. “As pessoas podiam me linchar e o outro motorista podia também estar armado. Ele estava nervoso”, explicou. Para o advogado, o jovem não tinha obrigação de socorrer as vítimas. “A obrigação do socorro não era dele, já que não foi ele quem atropelou”, disse Lima.

Advogado Francisco Alves de Lima, defende jovem suspeito de racha em Mogi (Foto: Pedro Carlos Leite/G1)Sobre o acidente, Paulo Henrique disse que fez a ultrapassagem, pois o carro de Reginaldo estava quase parando na avenida. “Eu ultrapassei o outro veículo porque ele estava quase parando e à esquerda existem muitas ruas que o povo entra com tudo. Fiquei com receio de andar devagar por ali e por isso quis ultrapassar”. “Depois que ultrapassei o motorista do outro carro (Reginaldo)  ficou com raiva e começou a correr atrás de mim”.
Mesmo a via sendo de linha dupla contínua, onde não é permitida a ultrapassagem, Paulo teria ultrapassado pela esquerda o outro carro. “Acho que quando cortei o motorista ficou ofendido porque depois ficou dando farol e veio correndo para cima de mim. Tudo isso ocorreu porque na hora que ele foi me ultrapassar, ele entrou com tudo na minha frente e pegou na lateral do meu carro”.
Entenda o caso
Na madrugada de sábado seis pessoas morreram em um acidente na Avenida Japão, em Mogi das Cruzes (SP). Um veículo perdeu o controle e atingiu um grupo de dez pessoas que estavam reunidas em um terreno. Após a colisão, o carro capotou. O acidente aconteceu por volta das 00h30. Carro utilizado por Reginaldo ficou destruído após acidente.
De acordo com o Tenente da Polícia Militar, Kaio de Siqueira Domingues, dois carros disputavam racha na Avenida Japão, sentido bairro. A PM informou que os carros se tocaram e um deles derrapou atingindo o grupo de dez jovens que estavam reunidos. Seis pessoas morreram no local e outras três pessoas não tiveram ferimentos graves. A velocidade permitida na Avenida Japão é de 50 km/h, mas o velocímetro de um dos veículos travou em 120 km/h no momento da colisão. Uma perícia deve indicar a real velocidade em que os carros estavam.

Reprodução Cidade News Itaú

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