Os métodos de desidratação utilizados com frequência por lutadores de MMA para a perda de peso podem não ter relação alguma com a morte do lutador Leandro Caetano de Souza, o "Feijão", que aconteceu nesta quinta-feira, no Rio de Janeiro. A informação de que o atleta morreu devido a um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico (quando há sangramento dentro do cérebro) pode acabar com as teorias de que a alteração brusca nas medidas resultou no óbito do lutador.
Em contato com a reportagem do UOL Esporte nesta sexta-feira, o neurologista Celso Villa Franca, do hospital São Luiz, em São Paulo, negou que o processo de desidratação ao qual Leandro se submeteu para perder os 900 gramas restantes para o combate no Shooto 43, que aconteceria nesta sexta-feira, tenha influência no caso. De acordo com o médico, o tipo de AVC que matou o lutador é resultado de outros fatores.
"Um AVC hemorrágico não tem relação com a perda de peso. A não ser que ele seja hipertenso ou use anabolizante, o que eu não sei se é o caso. O esteroide pode levar à hipertensão arterial e acabar em um acidente vascular cerebral. Não creio que seja o caso, mas cocaína pode levar à hemorragia. Outras coisas são as más formações ou um aneurisma ", disse.
Celso Villa Franca aproveitou para explicar que a desidratação só teria relação com a morte de Leandro caso ele sofresse um AVC isquêmico. A falta de líquido deixaria o sangue mais "grosso", o que seria extremamente prejudicial. Mesmo assim, o neurologista nega que exista apenas um fator envolvido no óbito.
"Quando você tem perda de peso abrupta, não sei se eles usam diurético, isso pode causar AVC isquêmico. A hemoconcentração aumenta chance do isquêmico. O sangue fica mais concentrado pela falta de líquido e poderia resultar em um AVC. Isso poderia ser um dos fatores, mas não o único. É um conjunto de fatores. Por isso é necessário buscar outras informações. Não creio que seja o caso, mas cocaína pode levar a hemorragia. Outras coisas são as más formações ou um aneurisma", analisa.
Mesmo alertando para a ausência de ligação entre a morte e a perda de peso, Celso Villa Franca discorda completamente da tática utilizada pelos lutadores para atingirem o limite das categorias antes dos combates.
"Isso não é saudável. Eles fazem coisas absurdas, além de dietas enormes de proteínas eles tomam diuréticos para ficar secos. Saudável não é, mas relacionar com essa causa é difícil", aponta.
Leandro Caetano de Souza, o "Feijão", morreu pouco antes da pesagem para a luta no Shooto 43, evento que aconteceria nesta sexta-feira. O atleta desmaiou antes de subir na balança e foi levado para um hospital em Botafogo, no Rio de Janeiro, mas não resistiu.
O lutador, de 26 anos, era membro da Delfim Caçadores/Nova União, mesma equipe dos astros do UFC José Aldo e Renan Barão.
Reprodução Cidade News Itaú
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