Os bombeiros retiraram por volta da 1h20 desta quarta-feira o corpo da oitava vítima dos escombros do prédio que desabou na manhã de terça (27) na região de São Mateus, na zona leste de São Paulo. Outras 26 pessoas ficaram feridas no acidente e duas continuam desaparecidas.
O imóvel que desabou tinha dois pavimentos e ficava na avenida Mateo Bei, altura da rua Margarida Cardoso dos Santos. No local estava em construção uma loja de roupas. Antes, o endereço abrigava um posto de gasolina. Ao todo, informações passadas aos bombeiros apontam que 36 pessoas trabalhavam no local.
Os bombeiros chegaram a apontar que 37 pessoas estariam no local, mas um dos possíveis desaparecidos acabou sendo localizado vivo na noite de terça-feira.
Uma das pessoas resgatadas pela manhã foi do operário Rubens Moreno Feitosa, 24, que foi localizado após falar com os bombeiros pelo celular, ainda nos escombros. Ele foi atendido no Hospital Santa Marcelina, mas voltou ao local ao acidente após receber alta.
Ele auxiliou os bombeiros nos trabalhos de busca e viu o resgate do corpo de seu primo que também trabalhava no local. Das sete pessoas que foram encaminhadas ao Santa Marcelina, quatro permanecem internadas, sendo um em estado grave. Ralisson Teixeira da Silva, 22, teve o pé amputado no acidente.
Ao todo, as vítimas foram encaminhadas para o Hospital de Sapopemba, de Cidade Tiradentes, para o Santa Marcelina, para o Hospital Geral de São Mateus e para o Hospital Municipal Dr. Carmino Caricchio (Tatuapé).
Segundo a Prefeitura de São Paulo, a obra não tinha alvará necessário para construção e, de março para cá, já tinha sido multado duas vezes. Após o acidente, o prefeito Fernando Haddad (PT) disse que "tudo estava errado" na obra.
Em 13 de março, a Subprefeitura de São Mateus emitiu um auto de intimação e um auto de multa --no valor de R$ 1.159-- por falta de documentação no local da obra. No dia 25 do mesmo mês, a subprefeitura emitiu outra multa pelo não cumprimento da intimação anterior, no valor de R$ 103.500, e embargou a obra.
RESPONSÁVEIS
O advogado Edilson Carlos dos Santos, que representa o dono do prédio, Mustafa Abdallah Mustafa, afirmou que modificações feitas por uma empresa de engenharia depois que o galpão já havia sido entregue à rede de lojas Torra Torra podem ter causado o acidente.
Segundo Santos, a obra foi entregue em julho para a Torra Torra, que alugou o imóvel para fazer uma nova unidade. Ele diz que funcionários da empresa Salvatta Engenharia teriam feito escavações no terreno. A empresa, sempre segundo o advogado, estava fazendo alterações para a instalação de elevadores e escadas.
Já a Salvatta Engenharia disse em nota ter sido vítima "da irresponsabilidade dos proprietários" do imóvel. A nota também é assinada pelo Magazine Torra Torra, que contratou a empresa.
De acordo com o texto do Torra Torra e da Salvatta, a responsabilidade pela construção foi do dono do prédio. "As chaves do imóvel ainda não foram entregues pelo proprietário, porque as obras a que se obrigou não foram concluídas. Também não houve a entrega do Alvará de Construção e nem do Projeto Executivo", diz trecho da nota.
Reprodução Cidade News Itaú
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