Processos judiciais do período da ditadura militar, como o da presidente Dilma Rousseff, poderão ser lidos na íntegra no site do projeto "Brasil Nunca Mais Digital", que será lançado hoje pelo Ministério Público Federal, Arquivo Público de São Paulo e outras instituições.
Entre as cerca de 900 mil páginas digitalizadas, estarão no ar os 710 processos de 1964 a 1979 que deram origem ao "Brasil Nunca Mais".
O projeto "Brasil Nunca Mais" foi resultado de uma força-tarefa realizada de 1979 a 1985 por advogados, jornalistas e pesquisadores que, clandestinamente, copiaram processos contra réus políticos que estavam no STM (Superior Tribunal Miliar). Tudo sob a coordenação de dom Paulo Evaristo Arns e do reverendo James Wright.
Advogados usavam o prazo de 24 horas para consultar os processos e fizeram as cópias, que eram microfilmadas. O acervo em papel foi para a Unicamp, e os microfilmes enviados ao exterior. O projeto também resultou no livro "Brasil Nunca Mais".
Ao perceber que o acervo da Unicamp estava deteriorado e ter dificuldades para acessar os originais no STM, o procurador regional da República Marlon Weichert teve a ideia de resgatar os microfilmes e digitalizá-los.
"[O Brasil Nunca Mais] É o maior projeto que a sociedade civil brasileira já fez sobre os direitos humanos de modo autônomo", disse Weichert à Folha.
Reprodução Cidade News Itaú
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