A Polícia Civil de São Paulo ouve nesta terça-feira (20) mais três colegas do estudante Marcelo Pesseghini, 13, suspeito de ter se matado horas depois de assassinar quatro membros da família, no começo do mês, na Vila Brasilândia (zona norte de SP). O objetivo é obter detalhes do suposto grupo criminoso denominado "Os Mercenários" do qual o garoto teria feito menção a outros alunos do colégio em que estudava, na Freguesia do Ó.
"Queremos saber que tipo de conduta era a do Marcelo nos últimos tempos", resumiu o delegado que chefia a divisão de Homicídios do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), Itagiba Franco.
Na semana passada, colegas do estudante relataram em depoimento ao DHPP que o grupo que ele teria tentado criar impunha como regra de participação e obtenção de 'pontos' que seus integrantes matassem pessoas próximas. Um desses estudantes chegou a dizer que Marcelo ligou para ele horas antes da chacina dizendo que colocaria o plano em ação. Outro alegou ter sido convidado por Marcelo a participar da chacina.
Hoje, reportagem do jornal Agora São Paulo revelou que a Polícia Civil investiga se o estudante foi armado à escola no último dia 5 para matar a diretora do colégio.
Para a polícia, os depoimentos das mais de 30 pessoas já ouvidas reforçam a autoria do garoto, que teria matado não apenas os pais, o sargento da Rota (tropa de elite da PM) Luís Marcelo Pesseghini e a cabo da PM Andréia Pesseghini, como também a avó e a tia-avó.
Médica adia depoimento
Também hoje, de manhã, seria ouvida no DHPP a pneumologista Neiva Damaceno, médica que atendia Marcelo na Santa Casa de São Paulo. O menino era vítima de fibrose cística, doença degenerativa que impunha uma rotina de tratamento médico periódica na Santa Casa.
A polícia quer saber que tipo de remédios Marcelo usava –por exemplo, se eram de uso controlado. A médica alegou questões pessoais para não comparecer hoje, e o depoimento dela foi adiado para a próxima quinta-feira (22).
Há duas semanas, ao programa Fantástico, da TV Globo, a pneumologista se disse chocada com a notícia da chacina e com a suposição de autoria sobre o ex-paciente. Chefe do Ambulatório de Fibrose Cística da Santa Casa, ela disse que Marcelo fazia tratamento no hospital a cada seis semanas, sempre acompanhado de um dos quatro familiares envolvidos na tragédia. Conforme a médica, o menino tinha uma rotina diária de fisioterapia respiratória aliada a duas a três sessões de inalação.
"Era um menino muito educado, afetuoso, sorridente", relatou a médica, que se disse "confusa e assustada" ao ter recebido a notícia da chacina e da suposta autoria atribuída a seu paciente.
"Para mim, ele era uma doce criança. Como se pode atribuir um fato tão horrível a essa criança?", questionou. "Esse é o maior desafio que eu já vi. É como se amanhã eu acordasse, pegasse um revólver e saísse promovendo uma chacina", concluiu, sobre a versão apresentada pela polícia.
Reprodução Cidade News Itaú
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