O fogo que atingiu casas e barracos da comunidade do Campinho, no Recife, destruiu, em poucos minutos, tudo o que as famílias demoraram anos para conquistar. Restaram apenas destroços dos barracos. Mais de 100 famílias do bairro dos Coelhos estão desabrigadas. De acordo com o Corpo de Bombeiros, não houve vítimas. Porém, alguns animais domésticos teriam morrido.
O incêndio começou por volta das 15h desta segunda-feira (05). Os Bombeiros conseguiram controlar as chamas às 17h e iniciaram a operação de rescaldo. Na esperança de salvar seus pertences, várias pessoas passaram mal devido à inalação de fumaça. Dez moradores receberam atendimento médico do Corpo de Bombeiros.
Outros moradores também entraram em desespero. "Perdi tudo. A minha casa foi uma das mais atingidas. Estava no trabalho quando a minha filha me avisou. Graças a Deus não tinha ninguém em casa", disse a auxiliar de serviços gerais Neide Ferreira. Ela trabalha no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), que fica próximo ao local do incêndio.
O pintor Marcondes José dos Santos, 41 anos, conseguiu salvar um sofá e algumas panelas. "Morava com a minha esposa e meus dois filhos, de 6 e 10 anos. Eles estavam no colégio e ela, assim como eu, no trabalho. Quando cheguei em casa, só deu tempo de salvar isso", disse.
Já o pedreiro José Alberto de Morais, 32 anos, não conseguiu recuperar nada e perdeu o seu cachorro de estimação, que cuidava há 16 anos. "Ele estava sozinho em casa. É muito triste", disse.
PROTESTO - Após o incêndio ser controlado, dezenas de moradores da comunidade atearam fogo em pneus e fecharam a via de acesso ao Cais José Mariano para protestar contra a Prefeitura do Recife. Eles reivindicavam que a PCR fizesse o cadastramento das famílias que perderam suas casas.
Entretanto, enquanto acontecia o protesto, uma equipe da Defesa Civil realizava o cadastramento na quadra da escola Creche do Vovô. A ação também contou com a presença da secretária de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do Recife, Ana Rita, e do secretário executivo de Defesa Civil, Adalberto Freitas.
No total, 101 famílias foram cadastradas. 67 irão para casas de familiares e 34 serão encaminhadas para um abrigo na Travessa do Gusmão, próximo à Praça Sérgio Loretto, bairro de São José, área central do Recife. As famílias também irão receber um kit com colchões, produtos de higiene e cestas básicas.
Segundo Adalberto Farias, os desabrigados deverão ser beneficiados com um apartamento de um conjunto habitacional que está em contrução e deve ficar pronto em dezembro deste ano. O habitacional está localizado no bairro de São José e terá 384 unidades.
Reprodução Cidade News Itaú
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