Enquanto a privatização do Maracanã segue indefinida, o Flamengo se movimenta para implantar no estádio outro modelo de gestão. A diretoria do Rubro-negro conseguiu agendar uma reunião com o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e na segunda-feira apresentará a ele uma proposta para que os clubes administrem a arena.
O encontro foi confirmado pelo secretário estadual de Esporte e Lazer, André Lazaroni, que também estará presente. Lazaroni disse na quinta-feira que ainda não conhece detalhes da proposta flamenguista para o Maracanã. Segundo o UOL Esporte apurou, o Flamengo quer tirar o estádio do controle da concessionária Maracanã S/A.
A Maracanã S/A (consórcio formado pela Odebrecht, AEG e IMX, de Eike Batista) assumiu a gestão da arena em julho, após vencer uma licitação organizada pelo próprio governo. No entanto, depois que ela chegou ao estádio, o governador resolveu alterar o projeto de privatização do Maracanã e, por isso, colocou a gestão privada do espaço em xeque.
Na última segunda-feira, a Maracanã S/A enviou ao governo uma carta informando que pretende continuar administrando o estádio mesmo após as alterações no processo de concessão. O governo, porém, ainda não disse se vai manter a concessionária na arena. Enquanto não se decide, está disposto ao ouvir outras propostas, inclusive, a do Flamengo.
O clube está insatisfeito com Maracanã S/A. Apesar de não ter um estádio próprio, ele não fechou um contrato de longo prazo com a concessionária para mandar seus jogos no maior estádio do Rio. Cada partida do Rubro-Negro na arena é negociada individualmente.
Na quinta-feira, por exemplo, o Flamengo mandou sua segunda partida no Maracanã desde a privatização. Venceu o Cruzeiro, se classificou para as quartas-de-final da Copa do Brasil, levou 53 mil pessoas ao estádio, mas saiu reclamando.
Isso porque só um terço da renda da partida, recorde de público do estádio pós-concessão, ficou com o Rubro-Negro. Dos R$ 2,2 milhões arrecadados, só R$ 734 mil foi para o Flamengo.
A divisão revoltou a diretoria do clube. Uma reunião de emergência com a concessionária foi realizada. A Maracanã S/A não se pronunciou sobre o assunto.
Ideia antiga
O plano de o Flamengo tocar o Maracanã junto com outros clubes não é novo. Em 2008, o Rubro-Negro chegou a assinar um protocolo de intenções com o Fluminense e a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) para dividirem a gestão do estádio.
O projeto não foi para frente. Ainda hoje, entretanto, há quem diga que ele é a melhor opção para a gestão da arena da final da Copa do Mundo de 2014.
O coordenador de projetos da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Pedro Trengrouse, é um dos que acham isso. Ele ajudou na elaboração do projeto de repasse do Maracanã aos clubes anos atrás. Para ele, em um estádio, o mais importante é o futebol. Por isso, quem organiza os jogos deve ter prioridade.
"Os clubes sempre terão papel-chave para o Maracanã", afirmou Trengrouse. "São eles que conhecem e bem as necessidades para o de futebol."
Procurado pelo UOL Esporte, o Fluminense informou nesta quinta-feira que não tem interesse de negociar a administração do Maracanã junto com o Flamengo. O diretor-executivo Jackson Vasconcelos disse que o clube está satisfeito com sua relação com a concessionária Maracanã S/A e pretende cumprir o contrato assinado com ela.
A Maracanã S/A não se pronunciou sobre as intenções do Flamengo. Em comunicados anteriores, contudo, a empresa já reforçou seu "comprometimento para o fortalecimento das parcerias com os clubes cariocas" e seu "compromisso para a modernização do Maracanã e sua transformação em um complexo esportivo".
Reprodução Cidade News Itaú
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