Acusada de matar marido nos EUA pode ser extraditada do Brasil

O Ministério da Justiça publicou no "Diário Oficial da União" portaria que declara a perda de nacionalidade brasileira de Claudia Hoerig, 48, acusada de matar o então marido, o piloto da Força Aérea Americana Karl Hoerig, em 2007.

Claudia, que vivia nos EUA, voltou ao Brasil logo após o crime. Ela está na lista de fugitivos procurados pela Interpol.

Em entrevista ao jornal carioca "Extra" em 2010, o advogado da Claudia, Antonio Andrade, disse que a cliente matou o então marido "em um momento de fúria, por maus-tratos e abuso sexual".

Agora, sem a nacionalidade brasileira, Claudia é uma cidadã norte-americana acusada de homicídio foragida no Brasil. Na avaliação de autoridades dos EUA, será possível agora extraditá-la sem ferir a Constituição do Brasil.

Pela Constituição, o Brasil não pode extraditar uma cidadã brasileira. Ela poderia ser julgada no Brasil, mas o caso não chegou à Justiça nacional antes dela perder a nacionalidade brasileira.

De acordo com portaria publicada em 4 de julho, o governo brasileiro declarou "a perda da nacionalidade brasileira" da acusada, "adquirindo a nacionalidade norte-americana". Segundo a legislação, o processo de perda de nacionalidade ocorre quando o próprio cidadão faz o pedido, por escrito. O processo, entretanto, também pode ser revertido.

Cláudia obteve a cidadania americana em 1999 - ela foi casada com outro cidadão dos EUA entre 1990 e 2000. Em 2005, casou-se com Hoerig, um soldado que participou de mais de 200 missões de combate, de acordo com documento do Congresso dos EUA.

O militar foi assassinado em 12 de março de 2007 em Newton Falls, no condado de Trumbull (Ohio). O caso permanece sem desfecho porque a Justiça dos EUA espera o retorno de Cláudia para julgá-la.

Como forma de pressionar a extradição da agora ex-brasileira, um deputado democrata de Ohio, estado onde o crime ocorreu, propôs emenda para vedar concessão de vistos permanentes a brasileiros.

Reprodução Cidade News Itaú