Uma nova perícia realizada na segunda-feira (29) pelo o Instituto de Criminalística (IC) no ônibus articulado que caiu de uma altura de 3,98 metros do viaduto Miguel Vicente Cury, em Campinas (a 93 km de São Paulo), descartou a possibilidade de problema mecânico no veículo. A análise durou cerca de três horas e avaliou o sistema de freios, funcionamento das rodas, além de danos estruturais no coletivo. O acidente aconteceu no dia 23 e deixou um morto e 21 feridos.
"Aparentemente, está descartada falha no veículo. O sistema mecânico funcionava dentro do esperado. Está tudo dentro da normalidade", afirmou a perita criminal Ângela Sampaio de Mara.
Segundo ela, a forte chuva que caia no momento da queda do ônibus é um fator que deve ser levado em consideração. "O volume de água era grande, e a chuva pode ter sido determinante para o acidente. A formação de lâminas de águas na pista prejudica a aderência das rodas na pista. Além disso, ainda vamos avaliar a velocidade do veículo, que, junto com as condições climáticas daquele dia, também pode ter sido determinante", salientou.
Na primeira perícia, o IC analisou as condições da pavimentação e da estrutura do viaduto. "Não encontramos nada que chamasse a atenção. Há uma linearidade na pavimentação, mas acredito que possa ter sido a soma de vários elementos", disse Mara.
O próximo passo, segundo a perita, é verificar a velocidade do veículo. "A leitura das marcações do tacógrafo deve ocorrer até o final desta semana", adiantou. Os resultados das análises do IC devem demorar cerca de 20 dias. A velocidade permitida no trecho do acidente é de 30 quilômetros por hora.
A assessoria de imprensa da VB Transportes informou que só comentará o caso quando o laudo final do Instituto de Criminalística for divulgado.
O motorista, a cobradora do ônibus e policiais militares que atenderam a ocorrência prestaram depoimento no dia do acidente no 1º Distrito Policial, que investiga o caso, registrado como homicídio culposo e lesão corporal culposa.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, os passageiros do coletivo estão sendo convocados desde o dia 26 para prestar depoimentos. Entretanto, como parte das vítimas não deixou o telefone registrado no boletim de ocorrência, há uma certa dificuldade para encontrar a todos.
Um dias após o acidente, o secretário de Infraestrutura de Campinas, Carlos Santoro, admitiu que o guard-rail do viaduto não está dentro das normas de segurança e adiantou que faria revisão em toda a estrutura. Entretanto, Santoro afirmou que mesmo se o guard-rail não apresentasse falha, não aguentaria o impacto do acidente.
Reprodução Cidade News Itaú
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