Spray de pimenta e teasers foram utilizados pela Guarda Legislativa para expulsar o grupo de cerca de 30 manifestantes da Câmara Municipal de Natal nesta quinta-feira (18). Imagens registradas pelo estudante Tiago Aguiar, que integra o comitê de comunicação do movimento #RevoltadoBusão, mostram manifestantes reunidos no pátio da Casa quando os guardas começam a borrifar spray de pimenta mesmo sem qualquer resistência do grupo (veja o vídeo). "Estava tudo tranquilo, não consigo imaginar razão para a violência utilizada", afirma. Mesmo após a desocupação, um grupo de manifestantes permanece em frente à Câmara Municipal.
O integrante do Comitê de Comunicação da #RevoltadoBusão conta que após a proposta entregue pelos vereadores para a saída da CMN, uma comissão de sete manifestantes estava redigindo uma contraproposta. Enquanto isso, outras pessoas estavam dançando e cantando canções no pátio. Foi quando a Guarda chegou. Eles se abraçaram e mesmo assim foram alvos de gás de pimenta e teasers. A situação poderia ter sido evitada", diz Tiago Aguiar.
Ao G1, o comandante da Guarda Legislativa, Gilson Paiva, informou que a desocupação foi "pacífica". "A desocupação foi pacífica. Nossa ideia era dialogar, conversamos com o grupo por duas horas e meia, mas não houve acordo. Eles estavam fazendo apologia ao crime [sem especificar qual] e convocando outros manifestantes por redes sociais. Não houve agressão da nossa parte, mas quatro guardas nossos ficaram feridos e um carro da Guarda acabou danificado", relata.
O ato da #RevoltadoBusão fez a Câmara Municipal suspender as audiências públicas para discussão sobre o projeto de lei do transporte público, que estavam previstas para a próxima semana de acordo com o calendário definido pelos vereadores. Em documento assinado pelo presidente da Casa, vereador Albert Dickson, a CMN se comprometeu a suspender o calendário com a condição que os manifestantes deixassem o prédio.
"Conforme ficou acordado com o grupo, a autoconvocação está suspensa. Só lamentamos a forma como aconteceu a saída", informou o assessor de comunicação da Câmara Municipal, João Ferreira.
A ampliação do prazo de discussão do projeto de lei do transporte público está entre as reivindicações do movimento #RevoltadoBusão, que ainda exige a redução da tarifa de ônibus para R$ 2 e a realização de uma auditoria externa e pública no Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros (Seturn)."Reivindicamos causas justas e paupáveis, e só sairemos daqui quando formos atendidos", diz a nota enviada pelo Comitê de Comunicação do movimento ao G1.
Reprodução Cidade News Itaú
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!