O Governo do RN e o Ministério Público Estadual venceram Ação Civil Pública ajuizada contra o estado de Pernambuco solicitando a devolução da Locomotiva Catita para o Rio Grande do Norte.
A locomotiva inglesa Catita foi adquirida pela Estrada de Ferro Central do RN em 1906 e está ligada ao nascimento das Pontes sobre o Rio Potengi. Em 1975, a locomotiva foi levada para Recife para ornamentar a sede da RFFSA - Rede Ferroviária Federal, onde se encontra até hoje.
O Governo do Estado, por meio da Procuradoria do Patrimônio e da Defesa Ambiental, vinculada à Procuradoria Geral do Estado, ingressou no processo ajuizado pelo MP por entender que a locomotiva possui grande importância histórica e cultural para o estado.
A Juíza Federal da 4ª. Vara da Seção Judiciária do Rio Grande do Norte, Gisele Araújo Leite, atendeu o pedido da Procuradoria Geral do Estado e proferiu sentença reconhecendo que a Catita é patrimônio cultural do Rio Grande do Norte e determinando seu retorno ao estado.
Pernambuco foi ordenado a devolver a Catita ao RN em 90 dias, contados da intimação da sentença. O transporte da locomotiva para Natal fica sob responsabilidade do governo pernambucano.
Ontem, a procuradora estadual Marjorie Madruga, da Procuradoria do Patrimônio e da Defesa Ambiental, se reuniu com o Superintendente do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico do Rio Grande do Norte (IPHAN/RN), Onézimo Santos, para discutir o destino de Catita em solo potiguar.
Ficou definido que a locomotiva será exposta na Ribeira, no antigo prédio da Rede Ferroviária Federal (REFESA), que está sendo recuperado pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN).
“O retorno de Catita tem importância histórica; ela participou de momentos relevantes da cidade, no que se refere à mobilidade urbana - um tema muito atual. A locomotiva vai se tornar ponto de visitação, incrementando dessa forma o turismo cultural do estado”, destacou Marjorie Madruga.
SOBRE A LOCOMOTIVA
A Catita é uma locomotiva férrea inglesa de pequeno porte adquirida pela Estrada de Ferro Central do RN em 1906. Em 1916, a locomotiva conduziu importantes figuras do cenário potiguar como Joaquim Ferreira Chaves, Januário Cicco, Henrique Castriciano e Juvenal Lamartine à inauguração da Ponte de Igapó, considerada, à época, a maior obra ferroviária da Região Nordeste.
Cinquenta anos depois, a RFFSA autorizou que 26 locomotivas a vapor usadas fossem vendidas para o ferro velho. Quando a comissão pernambucana designada para este fim veio ao RN e reclamou que só havia 25 locomotivas, descobriu que a ausente era justamente a Catita, escondida pelos empregados da empresa para evitar que virasse sucata.
Assim, a Catita ficou aos cuidados do Sr. Manoel Tomé de Souza, o Sr. Manoezinho, que a deixou em condições de trafegar novamente.
Mais tarde, para atender à crescente demanda rodoviária, o governo do RN, na gestão de Walfredo Gurgel, firmou parceria com a RFFSA para a construção de uma nova ponte sobre o estuário do Potengi, a Ponte Presidente Costa e Silva, mais conhecida como “A Ponte de Igapó”, a primeira de concreto em Natal, inaugurada em 26 de setembro de 1970.
Para esta ocasião, a Catita foi restaurada a fim de fazer o percurso, pela segunda vez em sua existência, de inauguração da nova ponte, assim como o fizera 54 anos antes.
Mais uma vez, transportou importantes personalidades como o Monsenhor Walfredo Gurgel e o General Duque Estrada.
Em 1975, Catita foi levada para Recife, para decorar o escritório regional da RFFSA. De lá, seguiu para o Museu do Trem, também na capital pernambucana, onde se encontra até o momento.
Reprodução Cidade News Itaú
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