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sexta-feira, julho 05, 2013

Advogado suspeito de matar garota de programa do RN admite encontros

Ana Janaína Alves Ferreira foi morta em novembro de 2012 (Foto: Arquivo da família)
O advogado Tiago Mafra Sinedino, de 31 anos, preso desde a semana passada apontado como principal suspeito da morte da garota de programa Ana Janaína Ferreira Alves, de 24 anos, cujo corpo foi encontrado em 3 de novembro de 2012 numa estrada carroçável no município de Extremoz, na Grande Natal, nega ter cometido o crime. Porém, ele admite ter mantido um relacionamento amoroso com a vítima e também confessou ser usuário de drogas, “especialmente cocaína”. O G1 teve acesso ao depoimento que ele prestou ao delegado Cláudio Henrique Freitas de Oliveira.
O inquérito foi concluído nesta sexta-feira (5) e o suspeito está sendo indiciado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. O Termo de Interrogatório foi registrado na Delegacia de Extremoz no dia 27 de junho, logo após a prisão do suspeito. O advogado teve prisão preventiva decretada e está detido no quartel do Comando Geral da Polícia Militar, em Natal.
Em contato com o G1, o advogado Thyago Amorim Silva Cândido de Araújo, que defende Tiago Mafra Sinedino, disse acreditar na inocência do cliente e que ingressou, no último sábado (29), com pedido de habeas corpus. "Estamos aguardando o julgamento do mérito. Acredito que será favorável", disse.
Consta no depoimento de Tiago Mafra Sinedino que ele admite que conhecia Ana Janaína há aproximadamente um ano antes da morte dela, e que ela teria se apresentado como garota de programa em um chat de bate-papos na internet. Ao delegado, o advogado também afirmou que saiu com Ana Janaína algumas vezes no decorrer do ano passado, tendo tomado conhecimento da morte da jovem  na mesma semana em que o corpo foi encontrado ao ler a notícia na internet. “Que a notícia não era completa e passou a buscar outras notícias; Que não viu o nome Tiago e nem menção ao carro preto em nenhuma das páginas que falavam do crime; Que não sabe precisar a última vez que viu Aana Janaína; Que fazia tempo que não a via, uma vez que sua companheira tinha descoberto e chegado até a ligar para o celular de Janaína”, relata.

Trecho do depoimento que o advogado Tiago Mafra Sinedino prestou à polícia
Trecho do depoimento que o advogado Tiago Mafra Sinedino prestou à polícia

Ainda no depoimento, o advogado acrescenta que “não saía só com Ana Janaína e que quando sua companheira descobriu, se aborreceu com o caso e que ela, a companheira, aceitava esses relacionamentos extraconjugais.
Sobre a morte de Janaína, o advogado disse ao delegado que não pode responder com exatidão onde estava no dia 1º de novembro de 2012 e também no dia seguinte, acrescentando que “em razão do registro do motel apresentado pelos policiais, é possível que tenha estado no Motel Roma Praia no dia 2 de novembro. Porém, ele afirma não se recordar o que fez no dia 2. “Que tinha na agenda telefônica o telefone de várias garotas de programa e quando brigava com sua mulher ligava para as garotas; Que quando uma não dava certo, ligava para outra até dar certo; Que na maioria das vezes quando brigava com sua mulher dormia sozinho no motel, mas às vezes também dormia com garotas de programa”, relata.
Ainda durante o interrogatório, ficou registrado que o telefone de Ana Janaína estava no registro de chamadas do telefone dele porque ligou para ela. “Que não se lembra o porquê não ter dado certo de sair com a Ana Janaína; Que normalmente quando não dava certo era porque Ana janaína estava cansada, porque trabalhava na espetaria de sua mãe; Que poucas vezes combinava com Janaína e ela já tinha combinado com outros clientes; Que não se recorda de ter pego Ana Janaína algum dia durante o período noturno”, disse.
Por fim, o advogado confessou ao delegado que é usuário de drogas, “especialmente cocaína e que sua companheira também fazia uso de cocaína e, inclusive, saia com ele para encontros com garotas de programa; Que ficou temeroso de ser ligado ao homicídio em razão dos contatos telefônicos, mas ficou com receio de se apresentar a polícia”.
Evidências
De acordo com a polícia, as pistas indicam que foi o advogado quem matou Ana Janaína. O corpo dela foi encontrado com marcas de estrangulamento e o pescoço quebrado. “O sigilo telefônico dela foi quebrado e descobrimos que ele foi a última pessoa a falar com ela. A quebra do sigilo bancário também apontou que ele estava em um motel no momento do crime”, informou o delegado Cláudio Henrique. Outra evidência, ainda segundo o delegado, é o local do crime. Ele disse que a vítima foi encontrada em uma estrada carroçável de Extremoz, que fica próxima a um terreno que pertence ao advogado.
O suspeito está preso desde a quinta-feira da semana passada, dia 27 de junho. “Ele foi detido inicialmente com um mandado de prisão temporária”, contou o delegado. A prisão foi transformada em preventiva na sexta (28). De acordo com a decisão da Justiça de Extremoz, o suspeito está preso “a fim de preservar a ordem pública e por conveniência da instrução criminal”.

Reprodução Cidade News Itaú

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