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quinta-feira, julho 18, 2013

Acusado de sequestro, ex-chefe da CIA é preso no Panamá

O clérigo egípcio Abu Omar, em foto de 11 de abril de 2007, no Egito, teria sido sequestrado pela CIA em 2003, na Itália, e diz que foi torturado
Foi preso no Panamá o ex-agente da CIA (agência de inteligência dos EUA) Robert Seldon Lady, 59, acusado de envolvimento no sequestro do clérigo muçulmano Abu Omar, em 2003, na Itália. A informação foi confirmada pelo Ministério da Justiça italiano nesta quinta-feira (18). Lady era chefe da base da CIA na cidade de Milão na época do crime.

O ministro da Segurança do Panamá, Jose Raul Molino, disse que, até o momento, não tinha informações sobre a detenção de Lady, assim como a polícia do país. A CIA divulgou que não iria comentar o assunto de imediato.

No início deste ano, Lady foi condenado a nove anos de prisão por um tribunal em Milão. Outros agentes da CIA foram condenados a sete anos de prisão, também pela participação no sequestro de Abu Omar, uma das "capturas extraordinárias" promovidas pelos Estados Unidos.

Abu Omar é o nome pelo qual é conhecido o egípcio Osama Moustafa Hassan Nasr. Ele foi sequestrado no dia 17 de fevereiro de 2003, na rua, quando saía de sua casa em Milão. O imã foi então levado à base norte-americana de Aviano, na Itália, foi transportado para a Alemanha e em seguida para os arredores do Cairo, no Egito, e afirma ter sido torturado.  

O clérigo vinha sendo vigiado pela Itália por supostamente pregar a violência em seus sermões e recrutar integralistas para enviá-los ao Iraque antes da invasão americana, em 2003.

Mantido preso por quatro anos sem acusações formais, foi solto no começo de 2007. A operação foi justificada como uma "captura extraordinária", tendo o sequestro de um suspeito realizado fora dos procedimentos legais.

O Ministério Público de Milão abriu um inquérito e condenou os agentes da CIA junto com membros dos serviços de inteligência italianos.

Itália e Panamá não têm um acordo de extradição, de acordo com informações da diplomacia italiana, o que significa que a prisão de Lady não irá necessariamente resultar em seu retorno à Europa, de onde o ex-agente saiu poucos anos após o sequestro.

O promotor à frente do caso, Armando Spataro, disse que a Interpol havia expedido um pedido de prisão para Lady, indicando a determinação da Itália de ter o ex-agente extraditado. 

Reprodução Cidade News Itaú

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