Os acusados pelo assassinato da estudante Maria Luiza Fernandes Bezerra, de 15 anos – crime que chocou o Rio Grande do Norte em 2009 – terão de esperar até o dia 27 de junho para saber se vão, ou não, a júri popular. A ausência de cinco testemunhas levou o juiz Ricardo Bandeira Procópio de Melo a adiar a sentença que seria proferida na audiência de instrução realizada pela 3ª Vara Criminal de Natal durante a tarde e início da noite desta segunda-feira (3) no Fórum Miguel Seabra Fagundes. A continuação da audiência que definirá os rumos do processo ocorrerá na manhã do próximo dia 27 de junho.
Os réus, Thiago Felipe Rodrigues Pereira, o 'Thiago Cabeção', de 26 anos, e Kleisson de Souza Freitas da Silva, o 'Negão', de 32, compareceram ao fórum. Ambos estão presos no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Parnamirim, na Grande Natal, restrito a acusados de crimes sexuais. As cinco testemunhas que faltaram a audiência são de interesse da defesa de Kleisson. Nesta segunda-feira o juiz Ricardo Procópio ouviu dez testemunhas convocadas pela defesa dos acusados. Na última quarta-feira (29), quando teve início a audiência, foram ouvidas nove testemunhas de acusação.
A mãe de Maria Luiza, a comerciante Regilene Fernades, esteve no Fórum Miguel Seabra e cobrou mais uma vez justiça pela morte da filha. "Não tenho dúvida nenhuma que os dois foram autores do crime, assim como todas as pessoas que participaram da investigação. Se não fossem julgados seria a maior injustiça que poderia acontecer na face da terra", desabafa.
Regilene relata que Thiago era traficante de drogas e sempre soltava piadas quando Maria Luiza passava. "Ele não tinha envolvimento com ela, mas via minha filha passar e soltava muita piada, desejava ela, que por sua vez não dava nenhum tipo de cabimento", diz a comerciante, que afirma nunca ter passado anos tão difíceis como os últimos três. "Relembrar a morte está sendo muito difícil, mas sei que é necessário e sei que vamos obter êxito", conclui.
Defesas negam autoria do crime
O advogado de Thiago, Marcus Alânio Martins Vaz, conta que o acusado nega a autoria do crime. "Ele não foi autor, nem teve nenhuma participação", informa. Duas testemunhas confirmam o álibi do acusado, segundo o advogado. De acordo com Alânio, as duas mulheres estavam com Thiago na zona Norte de Natal na noite em que Maria Luiza desapareceu. "Ele foi com as duas mulheres para a zona Norte, andaram, comeram, foram na casa de amigos", afirma.
A negativa de autoria também é a linha seguida pelo advogado de Kleisson, Arsênio Pimentel. "Não existe testemunha presencial nos autos, nem que tenha visto a participação em relação á prática do crime. O que existe são suspeitas, comentários, percepções populares que levam a crer que essa autoria poderia ser imputada a Thiago e subsidiariamente a Cleisson", explica.
De acordo com o advogado, Kleisson e Thiago mantinham contato porque os dois eram usuários de drogas. "Além dos dois, outros jovens também consumiam drogas com eles", afirma. O advogado Arsênio Pimentel conta que seu cliente chegou a ficar internado em uma casa de saúde da cidade para se tratar do vício.
Preso em 2009, Thiago passou 90 dias na cadeia e teve a prisão relaxada pela Justiça. Depois de solto, o acusado foi detido novamente em agosto do ano passado por força de um mandado de prisão. Kleisson também foi preso no ano passado. Ambos estão custodiados no Centro de Detenção Provisoria (CDP) de Parnamirim, restrito a acusados por crimes sexuais.
Caso Maria Luiza
Maria Luiza saiu de casa no dia 21 de abril de 2009, feriado de Tiradentes, para se encontrar com o namorado numa lan house. Ela não chegou ao destino. Seis dias depois, o corpo da adolescente foi encontrado nu já em avançado estado de decomposição. A perícia constatou que a adolescente foi estuprada e estrangulada. O corpo de Maria Luiza, de 15 anos, foi encontrada morta em um lixão no bairro de Felipe Camarão, zona Oeste de Natal.
Reprodução Cidade News Itaú
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