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sexta-feira, junho 07, 2013

Filha teria feito roteiro para forjar desaparecimento da mãe, diz polícia

Mãe morta pela filha menor de idade no Rio (Foto: Reprodução)O delegado Maurício Mendonça, da 32ª DP (Taquara), informou, nesta sexta-feira (7), que foram encontradas, dentro da casa de Adriana Moura de Rocha Miranda, de 43 anos, anotações em uma folha de caderno com o que seria um roteiro descrevendo o que a menor diria em seu depoimento na delegacia, ao forjar o desaparecimento da mãe.
A menor de idade é suspeita de matar a própria mãe Adriana Moura de Rocha Miranda, de 43 anos, na casa da família no Cachambi, no Subúrbio do Rio, por enforcamento. Segundo a polícia, a garota, que teve a ajuda do namorado para queimar e esconder o corpo, é lutadora de muay thai e aplicou um golpe chamado "mata-leão" na mãe. O casal namorava há apenas quatro meses.
“Encontramos anotações em folha de caderno, anotação feita possivelmente pela menor. Ela já vinha planejando o depoimento para comunicar o desaparecimento da mãe”, declarou o delegado, que informou ainda que a jovem de 17 anos esteve na delegacia no dia 26 de maio para a comunicação. “Foi assim que tudo começou”, completou Maurício Mendonça.


Ainda segundo o delegado, no dia do crime, a jovem chegou em casa por volta de 23h, acompanhada do namorado, Daniel Duarte Peixoto, de 20 anos, e deitou ao lado da mãe para checar se Adriana iria acordar e se poderia agir.
Segundo ele, em depoimento, o casal declarou que o plano era o Daniel matar Adriana, contudo, na hora da executar, ele teria se acovardado. “Os dois declaram isso. E ela executou. Quando constataram que ela estava morta, ela virou para o Daniel e perguntou o que ia fazer. E ele lembrou que conhecia bem Caxias e deu a ideia de irem para lá jogar o corpo em um terreno e colocar fogo”, explicou o delegado.
Tratamento melhor possível
Conforme informou Maurício Mendonça, de acordo com o depoimento de familiares e amigos, o tratamento de Adriana com a filha era “o melhor possível”. “Ouvimos uma amiga da mãe, que tinha um relacionamento muito próximo. Inclusive, quando a vítima desapareceu, ela chegou a dormir os primeiro dias com a jovem”, afirmou.
Ainda segundo ele, os familiares estão em estado de choque e declararam que era “impossível esperar isso da jovem”.
Investigação
O delegado informou ainda que vai pedir que os laudos da perícia da casa, do carro onde Adriana teria sido transportada até o terreno em Caxias e cadavérico sejam entregues em 20 dias. “Acreditamos que as três gotas que encontramos na sala da casa seja de sangue por causa do teste químico. Recolheram o material para sabermos se realmente é sangue. Acredito que tenha caído durante o transporte”, informou.
Maurício Mendonça informou ainda que espera ter, ainda nesta sexta-feira, acesso às transcrições das conversas gravadas pela empresa onde Adriana trabalhava. “Porque tem uma conversa da mãe com uma amiga em que ela estaria reclamando do namoro da filha com Daniel”, acrescentou.
Mãe não aprovava relacionamento
De acordo com a polícia, a mãe não aprovava o relacionamento e os dois teriam interesse na quantia de R$ 15 mil de um seguro da vítima. O crime foi cometido no dia 25 de maio. “Ela é fria e calculista. Os dois confessaram o crime. Nós quebramos o sigilo telefônico e colocamos os dois na cena do crime. Eram provas que não tinham como ser contestadas, então, eles realmente confessaram o crime”, declarou o delegado.
A menor foi apreendida na tarde de quarta-feira (5), junto com o namorado. Segundo os policiais, Daniel estava na casa da jovem no momento do crime.
Pediu dinheiro para procurar corpo da mãe no IML
A menor chegou a pedir dinheiro aos funcionários da Ourotáxi, onde a mãe trabalhava, para procurar o corpo da mãe no IML e em hospitais. Eles chegaram a dar R$ 60 à menina.
O delegado informou ainda que Daniel pode pegar de 20 a 30 anos de prisão. “Nós solicitamos que eles comparecessem ao terreno de Duque de Caxias e não temos dúvida que ela quem planejou e ela quem fez o que conhecemos como ‘mata-leão’”, afirmou Nunes.
A menor foi levada para o Degase e o rapaz para a Polinter. Ambos responderão por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.
O delegado quebrou o sigilo telefônico do casal, viu câmeras da secretaria de segurança e ouviu testemunhas. Na delegacia, Daniel negou o assassinato e disse que apenas ajudou a namorada a se desfazer do corpo. Ele também disse estar arrependido por sua participação no crime.  A menor confessou ao delegado que planejou e executou o crime sozinha e afirmou que o namorado a ajudou a levar o corpo.
Amiga foi à delegacia
Fabiana Lopes era amiga de Adriana há 11 anos e esteve na delegacia na tarde desta quinta-feira (6) para cobrar explicações do casal. "Está tudo acabado. Ela [a menor] fez 17 anos agora no dia primeiro de junho. A gente sempre fazia festinha para ela. [Depois da morte da mãe], ela me ligou todos os dias. Ontem [quarta, (5)], ela me ligou 23h para dizer que tinham chamado ela na delegacia. Eu pedi que ela falasse a verdade".
Fabiana disse ainda que Adriana reprovava o namoro do casal. E que esteve com os dois um dia após o crime. "Estive com os dois dentro da casa. Abracei eles, beijei. Falei com eles que ia dar certo, que a gente ia achar a Adriana. Achei que ela [a menor] estava calma. Achei normal por ela ser adolescente, que poderia estar em estado de choque. Pedi que ela só falasse a verdade [para a polícia]."
O caso lembra um outro assassinato que aconteceu em São Paulo e chocou o país. Em 2002, Suzanne Von Richtoffen matou os pais com a ajuda do namorado e do irmão dele, Daniel e Christian Cravinhos. Cada um deles foi condenado a mais de 38 anos de prisão.

Reprodução Cidade News Itaú

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