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sexta-feira, junho 21, 2013

Dominado no primeiro duelo, Felipão tem segunda chance contra a Itália

Felipão dá ordem durante o treino: Brasil ficou em apuros contra a ItáliaNo último dia 21 de março, quando dirigiu a seleção brasileira contra a Itália num amistoso realizado em Genebra, na Suíça, Luiz Felipe Scolari tinha comandado o time em apenas uma partida e ainda começava a fazer seus primeiros testes. O problema é que muita gente preferiu se concentrar no fato de a seleção ter arrancado um empate em 2 a 2 numa noite em que foi amplamente dominada por uma Itália que obrigou Julio Cesar a fazer sete defesas. Por isso, o reencontro com os italianos no momento em que a seleção está mais balanceada e embalada surge como uma segunda chance de reafirmação para o treinador contra um dos mais tradicionais rivais da seleção.

Escolhido no final de novembro como substituto de Mano Menezes, Felipão reassumiu a seleção depois de dois anos à frente de um combalido Palmeiras e quase quatro anos depois do fim amargo de sua experiência no Chelsea. Questionava-se se depois de passar pelo futebol do Uzbequistão e pelo Brasil ele teria se mantido atualizado com o futebol internacional.  A lição tática aplicada pelo colega Cesare Prandelli em Genebra reforçou tais temores. Na partida de Salvador, Felipão tem seu próprio ponto a provar.

"A qualidade dos jogadores da Itália sempre vai me preocupar, mas já estamos muito mais treinados do que no último jogo. Demos uma crescida na marcação e no posicionamento. Melhoramos e a situação já não me preocupa tanto quanto há dois meses", disse Felipão na quarta-feira, após a vitória por 2 a 0 sobre o México.

No entanto, Scolari mostrou preocupação com os espaços deixados por seus laterais, um problema que os mexicanos exploraram com frequência no Castelão, fazendo 21 jogadas de linha de fundo. Em Genebra, os avanços de Daniel Alves e o fato de David Luiz ter sido deslocado para o lado direito da zaga em função de Thiago Silva ter sido poupado (Felipão usou o canhoto Dante pelo lado esquerdo) fizeram da ala-direita uma espaço particularmente convidativo para Balotelli & cia.

"Precisamos corrigir as situações em que o adversário vêm pelo lado do campo para aproveitar a subida de nossos laterais. Precisamos de mais ajuda para eles. Os volantes têm que sair mais, principalmente quando jogamos com três", afirma Scolari.

No jogo em Genebra, Felipão ainda tinha dúvidas no time, mas poucas. Além de Dante, que entrou no lugar de Thiago Silva, apenas outros dois jogadores que começaram aquela partida (Fernando e Hernanes) não fazem parte do time titular repetido por Felipão nas últimas três partidas da seleção, incluindo os dois jogos já realizados na Copa das Confederações.

Pressionada pela Itália, a seleção "achou" dois gols no primeiro tempo do amistoso: o primeiro numa jogada em que um cruzamento de Filipe Luís foi desviado pela defesa italiana e caiu para a alça de mira de Fred, que estava na pequena área italiana. No segundo, um raro momento em que Neymar escapou da marcação italiana resultou numa assistência para o gol de Oscar. A Itália, porém, empatou o jogo em apenas três minutos no segundo tempo, com De Rossi e Balotelli, motivando um desabafo de Julio Cesar.

"Levamos dois gols muito mais por erros nossos que méritos dos italianos. Quando o goleiro trabalha demais é porque algo está errado no sistema", criticou o goleiro em Genebra, após a partida em que mais defesas precisou fazer desde que voltou a ser convocado.

Desde aquele encontro, a Itália jogou seis partidas. Usou o pragmatismo de sempre para negociar passagem em seu grupo nas eliminatórias – lidera invicta após seis jogos, com 14 pontos, quatro à frente da Bulgária e com cinco de vantagem para a República Tcheca. A única derrota desde que Prandelli assumiu o cargo, em agosto de 2010, foram os 4 a 0 diante da Espanha na final da Eurocopa do ano passado, quando a Itália voltou a chegar a uma decisão pela primeira vez desde a Copa do Mundo da Alemanha.

A exemplo de Scolari, Prandelli também vem ensaiando ajustes. Seu problema não é trabalhar como um grupo novo, como faz Felipão, mas de encontrar a formação mais adequada para os jogadores que têm à disposição. Em fevereiro, por exemplo, a Azzurra jogou o primeiro tempo num 4-3-1-2 e o segundo num 4-3-3. "Temos jogadores de qualidade e podemos explorar também sua capacidade de movimento. O Brasil continua sendo uma grande equipe, mas nós também conseguimos impor nosso ritmo, mesmo depois de levarmos dois gols. Mostramos grande equilíbrio", finaliza Prandelli.

Reprodução Cidade News Itaú

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