O advogado Carlos Ely Eluf afirma que a tela “Fetiche”, de Cândido Portinari, foi furtada da sala de sua casa há cerca de três semanas em São Paulo. Eluf percebeu o furto neste fim de semana, quando percebeu que havia algo de errado com a obra. Segundo ele, um marchand avaliou o quadro em R$ 500 mil.
“No final da semana passado, minha filha, que estudou arte, me falou que o quadro pendurado na parede era falsificado. Ela disse que não era o original e que a troca tinha ocorrido de 20 dias para cá”, disse o advogado ao G1 nesta sexta-feira (10).
A princípio, ele não acreditou que a tela pudesse ter sido trocada, mas, por insistência da filha, resolveu checar. “Consultei fotos do quadro no projeto Projeto Portinari, no Google e uma foto que ela tinha ao lado do quadro, quando criança. Daí nós verificamos que a tela tinha sido trocada, a moldura é a mesma, mas o miolo foi trocado”, explica.
Eluf acredita que a peça original foi retirada com a ajuda de um estilete. “O quadro fica no centro da moldura, atrás da moldura tem um papel, esse papel foi cortado com estilete, do tamanho da tela que foi roubada”, explica ele. “Agora que a gente sabe da troca, fica evidente que é uma falsificação grosseira, mas um leigo que passa em frente ao quadro vê e passa batido.”
O advogado registrou um boletim de ocorrência e comunicou ao Projeto Portinari que a tela desapareceu. Além disso, ele colocou anúncios em diversos jornais, oferecendo uma recompensa de R$ 20 mil para quem tiver informações exatas sobre onde está o quadro. Segundo ele, o objetivo dessa ação dificultar a venda da peça.
O quadro “Fetiche” foi pintado em 1959 por encomenda da atriz Cacilda Becker para marcar o primeiro convite feito à Companhia de Teatro Brasileiro para excursionar na Europa. A pintura a óleo de 26.5 X 17.5 cm está registrada no Projeto Portinari.
Reprodução Cidade News Itaú
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