O menor H.A. M., que assumiu ser o autor do disparo do sinalizador que atingiu o garoto boliviano Kevin Espada na partida entre San José e Corinthians no dia 20 de fevereiro, prestou depoimento por mais de quatro horas no Consulado de Bolívia, em São Paulo, e reafirmou a versão dada poucos dias depois ao incidente.
“O menor ratificou o que havia dito anteriormente e entendo que o fiscal da promotoria de Oruro tenha saído do depoimento com as suas dúvidas esclarecidas”, disse o advogado Ricardo Cabral, representante da torcida Gaviões da Fiel e responsável pela defesa de H.
Segundo Cabral, foram realizadas mais de 50 perguntas ao jovem de 17 anos e o menor confirmou ser o único responsável pelo disparo, além de dizer não conhecer nenhum dos 12 torcedores corintianos presos em Oruro desde o crime.
“Entendo que o depoimento ajude na situação dos torcedores presos, já que o menor confirmou que ninguém na Gaviões sabia da existência do sinalizador e que ele não receber ajuda de nenhuma outra pessoa. Acho que ele saiu daqui convencido disso”, afirmou Cabral.
O encontro no Consulado boliviano contou com a presença do fiscal da promotoria de Oruro Alfredo Canavari, um perito boliviano, Wilson Clarios, responsável pela investigação, representantes da promotoria brasileira, do ministério da Justiça, e políticos como o deputado estadual Fernando Capez e o deputado federal Vicente Cândido.
A mãe do menor também acompanhou o depoimento, mas não participou efetivamente, pois apenas o garoto foi questionado.
O advogado da Gaviões da Fiel revelou que grande parte dos questionamentos foram em torno do local onde o menos estava na arquibancada, já que há um outra investigação que diz que o sinalizador não poderia ter sido lançado de dentro do estádio pela forma que atingiu Kevin.
"A imagem da televisão que apresentamos mostra que foi o menor o autor, mas eles querem a confirmação de que foi esse sinalizador que atingiu o menino boliviano. Por isso, focaram no setor onde ele estava", explicou.
A vinda do promotor foi costurada pelo Ministro da Justiça do Brasil, José Eduardo Cardozo, em visita à Bolívia em abril. O ministro esteve na Bolívia para tentar com as autoridades locais a liberação dos torcedores.
Cardozo informou que os 12 torcedores não teriam qualquer relação com o sinalizador disparado, destacando que um torcedor de 17 anos havia procurado a polícia brasileira para assumir a autoria. Ele ouviu das autoridades a promessa de que haverá "processo justo" aos torcedores.
Reprodução Cidade News Itaú
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