quinta-feira, maio 09, 2013

Justiça do RJ nega habeas corpus a pastor acusado de estuprar fiéis




O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro negou, na noite desta quinta-feira (9), os dois pedidos de habeas corpus para Marcos Pereira da Silva, pastor da Assembleia de Deus dos Últimos Dias, preso na noite de terça-feira (7), acusado de estupro. As decisões são da Terceira e da Oitava Câmaras Criminais.

O pastor é acusado pelo Ministério Público Estadual por dois crimes de estupro, cujos processos foram distribuídos para a 1ª e a 2ª Varas Criminais de São João de Meriti. Pereira teve a prisão preventiva decretada pelos dois juízos: no dia 2 de maio, pela 2ª Vara Criminal, e, no dia 8 de maio, pela 1ª Vara Criminal.

O desembargador relator que fundamentou a decisão da 8ª Câmara Criminal do TJRJ alegou proteção à ordem pública. O da 3ª Câmara Criminal disse que, "em  juízo sumário de cognição, a decisão sobre a prisão não se mostra flagrantemente ilegal". Caberá aos colegiados das duas câmaras julgar o mérito dos habeas corpus.

Segundo as denúncias, o réu é pessoa de alta periculosidade, e ameaça direta e indiretamente as pessoas que o contrariam. Ainda de acordo com o MP, o pastor utiliza-se de sua autoridade religiosa para amedrontar e, até mesmo, aterrorizar suas vítimas.

Entenda o caso
O pastor Marcos Pereira foi preso na noite da terça-feira (7), suspeito de estuprar seis mulheres no Rio de Janeiro. Ele é suspeito de abusar sexualmente de seis fiéis da igreja que comanda, a Assembleia de Deus dos Últimos Dias. Uma das vítimas já foi casada com o pastor e teria sido abusada enquanto ainda era mulher do suspeito.

Segundo o delegado Márcio Mendonça, da DCOD (Delegacia de Combate às Drogas), as investigações começaram há pouco mais de um ano, a partir de acusações que o coordenador da ONG AfroReggae, José Júnior, fez sobre o suposto envolvimento de Marcos Pereira com tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Ao longo das investigações, a polícia descobriu que o pastor teria estuprado seis fiéis, entre elas três menores de idade.

Ele é investigado ainda pela suposta participação em quatro homicídios, esquemas de lavagem de dinheiro e organização de orgias com menores de idade em um apartamento em Copacabana avaliado em R$ 8 milhões e registrado em nome da Assembleia de Deus dos Últimos Dias. As pessoas eram chamadas para cultos, mas Pereira as forçava a participar da orgia para "serem purificadas", segundo o delegado. O policial disse ainda que o pastor costumava agir com violência, e que obrigava mulheres a fazer sexo com mulheres e homens a transar com homens.

Um dos assassinatos no qual Marcos Pereira estaria envolvido seria o de uma jovem que descobriu as orgias e teria tentado denunciá-lo. Um sobrinho de Marcos Pereira também estaria envolvido neste assassinato. O pastor não possui formação em Teologia. Por isso, será encaminhado nesta quarta-feira a uma prisão comum no Complexo Penitenciário de Gericinó, na zona oeste.

Marcos Pereira ganhou notoriedade por ajudar na reabilitação de dependentes quimícos e resgatar criminosos ameaçados de morte por traficantes. Em 2004, ele negociou com detentos o fim de uma rebelião em um presídio no Rio de Janeiro.

Ele chegou a trabalhar junto com a ONG AfroReggae, que se dedica a recuperar moradores de favelas que tiveram envolvimento com o tráfico de drogas. A parceria terminou em fevereiro de 2012, quando José Júnior, em entrevista ao jornal "Extra", acusou o pastor de ter ordenado os ataques realizados por traficantes contra policiais do Rio, em 2006 e 2010. Pereira negou as acusações e processou Júnior por calúnia e difamação, mas o processo foi extinto pela Justiça.

Reprodução Cidade News Itaú

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