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terça-feira, abril 09, 2013

Polícia quer saber quem manicure quis enganar com exame falso no RJ


Menino encontrado em mala é sepultado em Barra do Piraí (RJ) (Foto: Reprodução Globo News)
O delegado José Mario Omena, que investiga o caso da morte de João Felipe Bichara, de 6 anos, encontrado dentro de uma mala em Barra do Piraí, no Sul Fluminense, no dia 25 de março, disse nesta terça-feira (9) que a única coisa legítima do ultrassom apresentado pela manicure Suzana de Oliveira, é a capa, que, segundo ele, deve ter sido retirada de um exame original. O exame, que apontava gravidez, foi encontrado ao lado de uma carta em que ela teria planejado o sequestro da criança, e apresentado à polícia pela mãe dela no dia 1º de abril.
A polícia agora quer identificar quem teve relações sexuais com Susana na época em que ela afirmou estar grávida (de três semanas). “A Suzana queria provar que alguém é o pai, contar uma história. Esse pai pode ser qualquer pessoa. A finalidade dela era essa, contar uma história”, explicou Omena.

Ultrassom falso

Manicure Susana do Carmo está em Bangu  (Foto: Divulgação / Seap)Segundo o delegado, vários indícios apontam que o ultrassom é falso. “Eu ia intimar o representante geral da clínica onde o ultrassom foi feito para depor, quando a médica que seria responsável pelo exame veio à delegacia e trouxe o modelo do laudo dela, que foge ao padrão. Além disso, a assinatura da médica não bate com a que está no exame.”
De acordo com o delegado, a médica explicou que o ultrassom só é válido com grávidas a partir da quinta semana. Na definição do ultrassom apresentado pela manicure, o embrião de Susana teria 9,7 milímetros, equivalente a três semanas de gestação.
“Se a Susana precisou falsificar um exame, é provável que ela nunca tenha estado grávida. A única coisa que pode ser original é a capa dessa ultra. O que a Susana tinha era uma foto de uma impressora comum. A capa tinha vestígios de cola. Alguém pegou uma ultra original e grampeou com esse laudo produzido”, afirma Omena.
Presa em Bangu
Susana, que está presa no Complexo Penitenciário de Bangu, na Zona Oeste do Rio, confessou ter matado João Felipe no dia 25 de março, depois de ligar para a escola onde ele estudava se passando pela mãe, pedir para que ele fosse liberado da aula e colocado em um táxi. O garoto foi levado para o Hotel São Luís, onde acabou asfixiado.

O corpo foi colocado em uma mala e achado pela polícia na casa de Susana. Uma das cinco versões dadas à polícia pela suspeita era de que o motivo do crime seria se vingar do pai da criança, com quem teria um relacionamento.
Pai nega caso com manicure
O pai do menino, o empresário Heraldo Bichara Júnior, negou qualquer envolvimento com Susana.
“Nunca houve nada entre a gente”, afirmou Heraldo em entrevista ao G1 e em depoimento à polícia. Ele disse ainda que João Felipe não tinha autorização para ser retirado do Instituto de Educação Nossa Senhora Medianeira por nenhum táxi
“Era sempre a mãe dele quem buscava e levava. Nunca mandamos táxi. Inclusive no início do ano foi nos dado uma ficha de autorização que a gente preencheu informando quem seriam as pessoas que poderiam buscar o João na escola. E somente eu, a Aline (mãe do garoto), meu pai e uma cunhada, que também tinha os filhos estudando no colégio, poderiam buscar ele na escola. Mas era sempre a Aline quem levava e buscava”, revelou.
Heraldo Jr. afirmou ainda que a família não pensa em processar a escola. “Não pensamos nisso, mas o colégio não pode querer jogar, dividir a culpa com a gente, que não temos. Essas versões apresentadas agora pelo colégio não condizem com a verdade”, concluiu.

Casa de Susana está com palavras ofensivas escritas na parede (Foto: Cristiane Cardoso/G1)

Reprodução Cidade News Itaú

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