Policiais da Divisão de Homicídios do Rio de Janeiro prenderam, na manhã desta terça-feira (9), os policiais militares Miguel Ângelo (lotado no Batalhão do Leblon), André Pedrosa (lotado no Batalhão de Campo Grande) e Wellington Pinheiro (lotado na UPP Olaria) e o ex-PM Marlon Soares, acusados de envolvimento na morte do cantor Carlos Eduardo Mendes de Jesus, conhecido como Dudu, filho do dançarino Carlinhos de Jesus. Os quatro responderão por homicídio duplamente qualificado, com motivo torpe e sem defesa para vítima, e podem pegar até 40 anos de prisão, segundo o delegado da Divisão de Homicídio, Rivaldo Barbosa.
Além dos mandados de prisão, a Polícia Civil também cumpre outros cinco de busca e apreensão. A ação foi comandada por quatro delegados e cerca de 40 agentes da Polícia Civil, e contou com o apoio da CGU (Corregedoria Geral Unificada).
O crime ocorreu na madrugada do dia 19 de novembro de 2011, no bairro de Realengo, zona oeste da cidade, em frente a uma casa de shows, onde a vítima havia acabado de se apresentar com sua banda. Dudu foi surpreendido pelos atiradores, que o atingiram com nove tiros quando ele se dirigia ao seu carro. Nenhum pertence foi levado do filho do dançarino, o que fez os policiais trabalharem com a hipótese de execução.
As investigações da polícia duraram um ano e seis meses. Segundo o delegado, o crime teve duas vertentes: crime passional e vingança. Todos os acusados estão presos preventivamente e não confessaram participação no assassinato.
"No dia 1º de outubro, houve uma discussão e uma briga entre os integrantes da banda do Carlos Eduardo [Dudu era vocalista do grupo Samba Firme] com o PM Miguel Ângelo. Já no dia 17 de novembro, o ex-PM Marlon, que havia tentado intermediar essa briga, estava com uma mulher em um show. Nesse dia, ela largou o Marlon para ficar com o Carlos Eduardo", explicou o delegado. "A junção desses fatos gerou um crime passional e de vingança. O Wellington e o André são partícipes, colaboraram e auxiliaram na logística do crime. Existem muitas provas, escutas telefônicas, informações do Disque-Denúncia e evidências."
Segundo Barbosa, falta apenas localizar as armas utilizadas no crime. O dançarino Carlinhos de Jesus esteve na sede da Polícia Civil, no centro do Rio, no início da tarde desta terça, acompanhando a apresentação dos presos.
"Não sei se eu choro ou rio de alegria, ele era muito bom, muito alegre. É uma sensação de emoção, de alegria pela solução do caso, a apresentação dos culpados. O coração fica confortável", disse, chorando. "É muito grave a participação de policiais, na medida em que a gente espera outra postura deles. São pessoas más infiltradas na polícia e não podem denegrir a imagem da instituição."
Reprodução Cidade News Itaú
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