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terça-feira, abril 02, 2013

Nem da Rocinha é condenado a 20 anos de prisão por tráfico e lavagem


O líder do tráfico da favela da Rocinha, Antonio Bonfim Lopes, o Nem, é conduzido por policiais do batalhão de choque
O ex-chefe do crime organizado na Rocinha, Antônio Bonfim Lopes, o "Nem", foi condenado na segunda-feira (1º) a 20 anos de prisão pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro em julgamento realizado na 40ª Vara Criminal do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro).

Na mesma decisão, a juíza Alessandra de Araújo Bilac Pinto condenou a seis anos de prisão o acusado de tráfico de drogas Anderson Rosa Mendonça, o "Coelho", que também é réu no processo sobre a quadrilha que atuava na Rocinha, maior favela da zona sul do Rio.

Com base nas provas obtidas durante o inquérito policial e em os depoimentos de policiais, moradores e frequentadores da Rocinha, a magistrada enfatizou "não haver dúvidas de que Nem era o responsável por toda a organização criminosa da região", segundo o Tribunal de Justiça.

"Nada acontecia na comunidade sem a autorização e ordem de Nem, devendo ser ressaltado que o "respeito" que os demais integrantes do bando tinham por Antônio Francisco decorria do fato de ser ele o grande líder da associação criminosa", afirmou Bilac.

Mesmo não sendo diretamente responsável pela lavagem de dinheiro, conforme a denúncia do MP, a juíza entendeu que Nem controlava a ação dos seus subordinados:

"O denunciado Antônio Bonfim era a pessoa que, além de determinar como se daria a lavagem de dinheiro, auferido com o tráfico ilícito de substâncias entorpecentes, se beneficiava diretamente do dinheiro supostamente limpo", concluiu.

Segundo os autos processuais, Nem chefiava o tráfico de drogas na favela da Rocinha, sendo o responsável por preparar, adquirir e vender, além de possuir um depósito ilegal dentro da comunidade. O traficante teria a ajuda de mais quatro acusados, onde se destacava a atuação do ex-líder comunitário da Rocinha Vanderlan Barros de Oliveira, conhecido como Feijão, morto a tiros em um dos acessos à comunidade da zona sul do Rio, no dia 26 de março de 2012. Ele seria responsável por facilitar a atuação financeira do criminoso.

De acordo com o TJ, Vanderlan mantinha em seu nome uma empresa de acessórios para veículos e uma loja de comércio de gelo, ambos com a finalidade de quitar débitos do tráfico e despesas pessoais de Nem, além de receber o dinheiro do tráfico para declará-lo como capital fruto de atividade empresarial. Vanderlan ainda seria proprietário de oito linhas telefônicas em seu nome para o uso de integrantes do grupo.

A denúncia partiu do Ministério Público, que, com base nos autos do inquérito policial da Polinter, acusou 18 pessoas, entre as quais Nem e Coelho, de tráfico de entorpecentes, armamentos, explosivos e munições de uso proibido, além de lavagem de dinheiro.

Ex-chefe do São Carlos
Já o traficante Anderson Rosa Mendonça, o "Coelho", também na segunda-feira (1º), foi sentenciado a seis anos de prisão. Ele foi apontado pela polícia como chefe do tráfico de entorpecentes do Complexo de São Carlos, no Estácio, na zona norte do Rio, e teria fugido para a Rocinha --então controlada pela mesma facção criminosa-- após a instalação de uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora).

Segundo os autos processuais, Coelho agia em associação com os traficantes da Rocinha para trocar, comprar e vender drogas, segundo a juíza Alessandra Bilac. "Além de exercer a liderança do tráfico no São Carlos, abastecia suas bocas de fumo com a droga originária da Rocinha. Acabou tornando-se um dos principais compradores de substâncias entorpecentes e possuía grande prestígio com "Nem", por ser um de seus homens de confiança", finalizou.

Reprodução Cidade News Itaú

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