Evo Morales, presidente da Bolívia, concedeu um concorrido discurso no intervalo do amistoso entre Brasil e Bolívia, neste sábado, em Santa Cruz de la Sierra. Diante de dezenas de jornalistas, o político lamentou o episódio ocorrido em Oruro, mas lavou as mãos no que diz respeito aos 12 corintianos que seguem presos.
“A gente lamenta muito. Eu entendo o sofrimento da família e a preocupação, mas vocês sabem que há poderes independentes, e este caso está com o Judiciário, o Executivo não pode fazer nada”, explicou.
Convidado de honra do amistoso, Evo assistiu ao primeiro tempo da área VIP do estádio, ao lado de cartolas como José Maria Marin, presidente da CBF. Ao fim da etapa inicial, ele convocou todos os jornalistas para anunciar um apoio financeiro do Governo Federal aos clubes de Santa Cruz de la Sierra.
Os repórteres brasileiros aproveitaram a oportunidade e o questionaram sobre o caso Oruro. No fim de fevereiro, o jovem Kevin Espada, de 14 anos, morreu atingido por um sinalizador de navio atirado por corintianos que assistiam à partida contra o San Jose, pela Libertadores.
Desde então, 12 torcedores alvinegros estão presos na Bolívia, e têm reclamado de maus tratos, condições precárias e muita morosidade da Justiça com o caso. Por conta disso, uma comitiva com sete deputados veio ao país vizinho para pedir mais celeridade das autoridades locais. Seis deles vieram até Santa Cruz de la Sierra e estão acompanhando o amistoso.
Até o Itamaraty foi acionado. O Ministério das Relações Exteriores enviou, espontaneamente, documentos para a Justiça boliviana tentando apressar as investigações. Evo vai pelo caminho contrário, e diz não ter falado sequer com a presidente Dilma Rousseff.
“Tem sido difícil de nos comunicarmos. Não falei com ela”, resumiu ele.
Em sua fala, o presidente boliviano ainda fez questão de garantir que a relação cordial entre os dois países não foi afetada pelo caso. “Esporte é integração. Isto é um problema, mas não causa falta de amizade”, disse Evo Morales.
Reprodução Cidade News Itaú
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