A oposição venezuelana apresentou neste sábado (20) a equipe que irá fiscalizar a auditoria dos votos que deram a vitória, no último domingo (14), a Nicolás Maduro- que os opositores consideram um presidente ilegítimo -, e divulgou uma pesquisa, segundo a qual conta com o respaldo de 58,2% da população.
"Isso não é um favor. É o exercício do direito de cada venezuelano, de que a vontade que expressa por meio de seu voto esteja ali", disse o líder opositor, Henrique Capriles, referindo-se à decisão do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) de revisar o conteúdo dos votos.
Na última quinta-feira, véspera da posse de Maduro, o CNE concordou em verificar uma amostra de 46% das urnas - os 54% restantes foram verificados por lei no dia da eleição -, depois que Capriles se recusou a reconhecer o resultado das eleições. A decisão foi comemorada por Capriles, embora não tenha significado a recontagem total "voto a voto" que exigia.
"Aceitei porque considero que, nessas 12 mil caixas que serão auditadas, existam elementos suficientes para mostrar que os resultados não correspondem à verdade", explicou o candidato, que perdeu por uma diferença de 1,8%.
O coordenador do comando da campanha da coalizão opositora, Carlos Ocariz, anunciou, em entrevista coletiva, que a auditoria terá início na próxima semana, após a definição, na segunda-feira (22), "do protocolo a ser seguido". Ramón José Medina, membro da coalizão opositora, irá coordenar a equipe de auditoria, de cerca de 20 pessoas, formada por representantes de cada estado.
"A verdade acabará aparecendo", afirmou Capriles, que denunciou 3.200 "incidências" no processo eleitoral, citando, por exemplo, o chamado 'voto assistido' e a falta de testemunhas nas mesas eleitorais.
Direito à recontagem
Ocariz apresentou uma pesquisa da Datanálisis, segundo a qual 58,2% dos entrevistados concordam com uma auditoria do processo de votação, e 70% consideram que Capriles tem direito à recontagem dos votos, enquanto 60% estimam que os primeiros dias de governo de Maduro foram "muito ruins ou regulares". A pesquisa, publicada pelo jornal "El Universal", ouviu 657 pessoas de todo o país, entre os dias 17 e 19 de abril.
O resultado das eleições gerou uma semana de alta tensão política na Venezuela, que deixou oito mortos e 60 feridos, segundo o governo. A ministra da Juventude, Mary Pily Hernández, liderou uma homenagem a uma das vítimas da violência, pela qual o oficialismo responsabiliza a oposição, por não reconhecer o resultado das eleições.
"São irresponsáveis quando convocam à violência, são irresponsáveis quando pedem o não reconhecimento do resultado", criticou a ministra, citando "setores fascistas da direita", pedindo paz e acusando a imprensa de "introduzir o ódio" em uma Venezuela dividida.
Reprodução Cidade News Itaú
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