Ao menos uma pessoa morreu e 60 ficaram feridas durante confrontos religiosos iniciados após funerais de cristãos coptas no Cairo neste domingo.
Os velórios de quatro coptas assassinados em outro episódio de violências na quinta-feira aconteciam na catedral de São Marcos.
Coptas que participavam das cerimônias gritaram palavras de ordem contra o presidente egípcio Mohammed Morsi, que é muçulmano.
Segundo testemunhas, a violência começou quando moradores da região atacaram com pedras e coquetéis molotov os coptas que saíam da catedral.
Os coptas responderam atirando pedras.
A polícia tentou conter a violência usando bombas de gás lacrimogêneo.
Pedido de calma
Segundo a agência de notícias estatal egípcia, conflitos entre coptas e desconhecidos estão ocorrendo de forma intermitente nas imediações da catedral.
Um edifício chegou a ser incendiado, mas o fogo foi controlado.
O papa Tawadros 2º, chefe da Igreja Cristã Copta, pediu calma e a preservação da unidade nacional.
Ele afirmou neste domingo que está em contato com autoridades do governo.
A minoria copta do Egito - que representa cerca de 10% da população - acusa o governo de não ter tomado medidas para protegê-los após a queda de Hosni Mubarak em 2011.
Diversos confrontos entre muçulmanos e coptas têm ocorrido desde então, mas os episódios de violência da última semana foram os mais graves em meses.
A polícia afirmou que cinco mortes - de quatro coptas e de um muçulmano - ocorreram no sábado em Khosous (15 km a norte do Cairo), depois que símbolos desafiadores foram desenhados nos muros de um instituto islâmico.
A ofensa iniciou uma briga que evoluiu para conflito armado entre moradores coptas e muçulmanos. Lojas de donos cristãos foram atacadas.
A violência se continuou no domingo, com jovens enfrentando a polícia nas ruas.
Enquanto isso, o principal órgão da Justiça egípcia solicitou que o chefe da promotoria, nomeado por Morsi, deixe seu cargo.
Talaat Abdullah, que foi empossado em dezembro, gerou grande controvérsia ao ordenar a prisão de diversos ativistas políticos.
Em pronunciamento no domingo, o Conselho Judiciário Supremo do Egito pediu que Abdullah retorne a seu cargo de juiz.
Na semana passada a Justiça anulou o decreto presidencial que o nomeou para chefiar a Promotoria. Porém, ele continuou exercendo suas atividades e decretou mandados de prisão para ativistas acusados de insultar o presidente Morsi e o Islã.
O descontentamento com o governo contaminou o setor econômico com a elevação do desemprego.
Neste domingo uma greve paralisou o sistema ferroviário do país.
Reprodução Cidade News Itaú
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