O ministro da Unificação da Coreia do Sul, Ryoo Kihl-jae, afirmou nesta segunda-feira (8), na Assembleia Nacional de Seul, que é "muito provável" que a Coreia do Norte faça em breve um novo teste nuclear.
Embora o ministro não tenha dado detalhes para basear sua teoria, uma fonte do governo da Coreia do Sul, citada hoje pelo jornal "Joongang", informou que recentes imagens de satélite monitoradas em Seul indicam que o país vizinho está realizando preparativos para seu quarto teste atômico.
Kim Jang-Soo, principal assessor de segurança nacional da presidente sul-coreana Park Geun-Hye, disse que um teste de lançamento ou outra provocação podem acontecer antes ou depois da próxima quarta-feira (10), data que a Coreia do Norte sugeriu aos diplomatas para que abandonem Pyongyang.
"Não há sinais de uma guerra em grande escala agora, mas o Norte terá que se preparar para executar represálias no caso de uma guerra local", disse Kim.
Diplomatas temem que a retórica tenha criado uma situação que pode ficar fora de controle, e o governo americano adiou um teste de míssil balístico intercontinental.
Washington adiou um teste do Minuteman 3, míssil balístico intercontinental de ogivas nucleares, que seria disparado na próxima semana da base aérea de Vandenberg, na Califórnia.
Segundo uma fonte do governo americano, o secretário de Defesa, Chuck Hagel, decidiu remarcar o teste para o mês que vem, devido a preocupações de que o lançamento "pudesse ser mal interpretado por alguns como uma intenção de exacerbar a crise atual com a Coreia do Norte".
"Queremos evitar uma má interpretação ou manipulação", disse a fonte, antes de completar, no entanto, que Washington está decidido a testar seus mísseis balísticos intercontinentais "para garantir um arsenal nuclear seguro e eficaz".
Além disso, Seul e Washington anularam uma importante reunião prevista para 16 deste mês entre o general Martin Dempsey, comandante do Estado-Maior Conjunto americano, e seu colega sul-coreano, o general Jung Seung-Jo.
A agência "Yonhap" destacou que o Sul temia uma possível provocação norte-coreana na ausência do comandante das Forças Armadas.
Os diplomatas instalados em Pyongyang se reuniram no fim de semana para discutir sobre a advertência feita na sexta-feira (5) pelo regime norte-coreano: não garantir a segurança das missões diplomáticas na capital a partir do dia 10.
A maioria dos governos estrangeiros afetados deu a entender que não tem a intenção de retirar os funcionários, incluindo os sete países da União Europeia presentes na Coreia do Norte (Alemanha, Reino Unido, Suécia, Polônia, Romênia, República Tcheca e Bulgária).
O ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, disse neste domingo (7) que uma data limite depois da qual a Coreia do Norte deixaria de garantir a segurança das embaixadas é "inaceitável".
O secretário do ministério das Relações Exteriores britânico, William Hague, também afirmou que no momento não existe necessidade de retirar os diplomatas da Coreia do Norte.
"Não vimos um reposicionamento de tropas nem um deslocamento de forças terrestres", declarou Hague à BBC. "Por este motivo é importante permanecer tranquilos, mas também firmes e unidos", completou.
Um porta-voz do ministério das Relações Exteriores chinês afirmou que pediu a Pyongyang que garanta "a segurança dos diplomatas chineses", mas completou que a embaixada continua funcionando "normalmente".
A ONU também não pretende retirar os funcionários.
A Coreia do Norte multiplicou as declarações belicosas depois que a ONU adotou novas sanções contra o país, em fevereiro deste ano, por um teste nuclear realizado pelo país. Também expressou irritação com as manobras militares conjuntas de Estados Unidos e Coreia do Sul em território sul-coreano.
Pyongyang deslocou recentemente um segundo míssil de médio alcance para a costa leste, aumentando as especulações sobre a possível preparação de um lançamento.
O míssil Musudan tem alcance de 3.000 km e seria capaz de atingir o Japão. Com uma carga leve, poderia viajar 4.000 km e, em tese, atingir Guam, uma ilha do Pacífico situada a 3.380 km da Coreia do Norte onde estão 6.000 soldados americanos.
"Ninguém deveria estar autorizado a precipitar no caos uma região, e com mais razão ainda o mundo inteiro, por egoísmo", declarou o presidente chinês, Xi Jinping, sem citar Coreia do Norte ou Estados Unidos.
A imprensa japonesa afirmou neste domingo que o ministro da Defesa, Itsunori Onodera, ordenará "em um ou dois dias" destruir qualquer míssil norte-coreano que siga para o arquipélago nipônico.
O acesso ao complexo industrial intercoreano de Kaesong, que virou uma peça chave na guerra de nervos, permaneceu fechado neste domingo.
Reprodução Cidade News Itaú
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!