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terça-feira, março 26, 2013

Ex-lutador do UFC reclama do reparo do “Lata Velha” de Luciano Huck e diz que carro não anda


O ano de 2009 foi inesquecível para o campineiro Wagner Prado, então com 22 anos. Era um lutador que sofria para conseguir iniciar a carreira no MMA com falta de patrocínios e não via quem apostasse em seu potencial. Tinha apenas duas lutas.

Eis que tudo aconteceu repentinamente por apenas tentar reparar um carro em um programa de TV. O interiorano se inscreveu no quadro Lata Velha, do programa Caldeirão do Huck, para pedir uma reforma em seu Maverick.  Para isso, até dançou vestido de drag queen em uma das tarefas. Mas agora, seu carro já não está mais o mesmo. Na verdade, pelo o que o lutador contou, ele nunca andou como o imaginado.

Ganhou do programa não só o carro remodelado, mas também uma oportunidade no mundo das lutas. Luciano Huck virou seu padrinho ao tentar emplacá-lo, com êxito, na academia Team Nogueira, dos irmãos Rodrigo Minotauro e Rogério Minotouro.  No mesmo programa em ganhou carro novo, viu Minotauro entrar no palco para fazer o convite oficial para treinar em conjunto.

Ambos acolheram Wagner, que passou então a ter a palavra “Caldeirão” no nome. A partir daí, deslanchou. Teve uma sequência de oito vitórias em eventos nacionais até ser contratado pelo UFC. Passou a ser grato a Huck.

“Tenho ele como meu padrinho e ele me tem como afilhado. Ele me abriu as portas. Eu até brinco que o Luciano economizou uns cinco anos da minha vida com alavancada que ele me deu”, falou Caldeirão ao UOL Esporte.

O especialista em muay thai fez três lutas no Ultimate, com duas derrotas e uma sem resultado após o combate ser interrompido por um golpe ilegal de seu oponente, com uma dedada no olho.

Enquanto se prepara para novas oportunidades em outras organizações, Caldeirão faz um pedido para o padrinho e a organização do programa: afirmou que o Maverick não tem funcionado quando tenta conduzí-lo e deseja um reparo.

“Cara, o Maverick é um caso assim, como eu posso falar…não ficou do jeito que todo mundo esperava. Tudo deu certo na minha vida depois do Lata Velha, só o carro que não. Ele ficou lindo, como todo mundo viu nos programas e nas fotos, mas andando não ficou daquele jeito não. Pra andar não está legal. Vou até mandar um Twitter pra ele [Luciano Huck] falando”, disse Wagner.

Assim que recebeu o carro no programa, emocionado, Caldeirão viu uma das pessoas responsáveis pela reforma dizer alguma das atrações do novo Maverick. “Wagnão, demos uma caprichada, uma retificada. Motor zero km. Bateria de gel, filtro de ar esportivo. Tudo completaço. Mais 200 mil km pra você andar sossegado aí”, ouviu o lutador.

A realidade não tem sido essa. Wagner tem dificuldade para conduzir o automóvel e rodou pouco com ele. Diz que quando tira da garagem, tem que pedir auxílio para conseguir levá-lo de volta para casa.

“O carro não andou uns 50 km, mas está bom , não vou reclamar da vida não. O motor e a suspensão dele estão ruim, passa num caroço de azeitona e parece que vai cair. Todas as vezes que eu andei com ele, teve que voltar de guincho”, disse o bem humorado Caldeirão.

O lutador de Campinas disse que tentou entrar em contato com  o programa, mas não conseguiu, para que fosse feita uma reforma no carro. “Eu queria tentar uma reforma. Liguei para a produção pro Luciano e pro pessoal do Lata Velha me ajudar, não consegui êxito e contato de ninguém. Talvez isso agora vá ajudar. Seria bom a reforma do Maverick. Imagina só ele lindão do lado de fora com um motorzão?”, falou.

O UOL Esporte procurou a Central Globo de Comunicação e questionou o pedido do atleta. “Wagner Prado de fato participou do quadro Lata Velha no ano de 2009, inclusive retornando posteriormente para uma nova participação, sendo em todas as oportunidades atendido pela produção do ‘Caldeirão do Huck’”, foi a resposta dada pela assessoria de imprensa.

Wagner não foi o único lutador que questionou o programa de Huck por serviços incompletos. Em novembro do ano passado, os irmãos Falcão disseram que o pai ficou com bronca por causa de casa dada pelo programa. Huck chamou os lutadores para esclarecer o ocorrido.


Carreira

Caldeirão chegou cheio de expectativas ao UFC, maior evento do mundo, pelo seu bom boxe e muay thai e pelo aprimoramento do jogo de chão nos treinamentos na Team Nogueira, que tem o jiu-jitsu como uma das especialidades.

Confiante pelo alto, Caldeirão fazia uma boa luta contra Phil Davis, oitavo colocado do ranking dos meio-pesados até sofrer com uma dedada no olho e o combate ser interrompido. Depois, em novo embate, sofreu ao ir para o chão e acabou finalizado.

O mesmo ocorreu em seu duelo seguinte pela organização, contra Ildemar Marajó. Também sofreu no chão e perdeu por finalização. Isso fez com que semanas depois fosse anunciada sua demissão. Mas isso não é motivo para desânimo.


“Sou um cara realista. A vida é assim, se você não tem um desempenho bom e faltam resultados… e não sairia diferente do UFC, maior evento do mundo.  Já entrei com adversário de nível elevado, top 10, perigoso e colocaram ele logo de cara. Acho que esperavam muito de mim. Mas a partir do momento que assina o contrato, tem risco. Estava tranquilo e me preparei psicologicamente. A notícia não me pegou de surpresa”, falou.

Caldeirão diz que nos treinos tinha melhor desempenho no chão, e que o fato de ter ficado nervoso pode ter atrapalhado. “Eu acho que quando estou calmo, sem pressão na luta, eu consigo me sair muito melhor [no chão]. Lá na Team Nogueira dificilmente a galera me finalizava ,a não ser o Minotouro e o Minotauro, que têm mais experiência. Me saio muito bem com meu jiu-jitsu, mas acho que com competição e nervosismo acabo me travando.”

Ele continua na academia dos irmãos Nogueira e estuda propostas de outras organizações para voltar a lutar.

Reprodução Cidade News Itaú

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