O artista plástico chileno Jorge Selarón, de 65 anos, foi encontrado morto na escadaria do Convento de Santa Teresa, que liga o bairro à Lapa, no Centro do Rio, na manhã desta quinta-feira (10). Selarón é responsável por ter instalado o mosaico de cores que transformou os degraus da escadaria da Lapa em um ponto turístico. O corpo estava nos próprios degraus, em frente à casa onde morava havia mais de 30 anos.
O corpo do pintor e também ceramista estava carbonizado e com uma lata de removedor de tintas ao lado. A Divisão de Homicídio trabalha com três linhas de investigação na morte do artista plástico: homicídio, crime passional ou suicídio. Nesta quinta-feira, o jornal O Globo publicou entrevista com o artista relatando sofrer ameaças. "Ela era uma pessoa alegre e alto astral, mas desde que começou a ser ameaçado, entrou em profunda depressão e hoje [quinta] recebi esta triste notícia. Estou arrasado", explicou o argentino César Gomes, secretário do pintor há seis anos.
Segundo reportagem do jornal O Globo, um ex-funcionário do ateliê de Slearón o teria ameçado desde novembro de 2012 e no dia 28 de janeiro o teria agredido. O artista disse ao jornal O Globo que o ex-colega queria obrigá-lo a ceder os rendimentos obtidos com a venda de quadros.
Nesta manhã, o clima era de muita tristeza entre amigos e vizinhos do ceramista. Moradoras da Lapa há mais de 40 anos, as irmãs Mirela e Ida Melazine relataram ao G1 que estão arrasadas com a notícia. Elas contaram ainda que Selarón era muito educado, alegre e não fazia mal a ninguém.
"Ainda hoje de manhã ele estava varrendo essa escada tão bonita feita por ele mesmo. Ele era super querido aqui no bairro. Eu realmente estou muito triste com esta notícia", disse a aposentada Mirela, de 64 anos.
Por volta das 9h50, equipes da Divisão de Homicídios (DH) chegaram ao local para realizar a perícia no corpo do pintor.
Jorge Selarón começou a obra na escadaria que liga Santa Teresa à Lapa na década de noventa. O local se tornou ponto turístico do Rio com a ida de visitantes brasileiros e de vários países, que se encantavam com os azulejos coloridos. O artista costumava vender seus quadros no próprio local, chamado de Escadaria do Selarón. A Prefeitura do Rio tombou a escadaria em 2005.
Fonte: G1/Cidade News Itaú
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