Foto divulgada pela Nasa nesta quarta-feira (5), feita pela Estação Espacial Internacional no último dia 2, mostra o tufão Bopha se deslocando para as Filipinas |
O tufão Bopha, o mais potente do ano a atingir as Filipinas, devastou o extremo sul do país com fortes ventos e tempestades nas últimas horas e deixou pelo menos 274 mortos e centenas de desaparecidos.
As vítimas morreram em inundações, deslizamentos de terra ou quedas de árvores na ilha de Mindanao, uma das mais afetadas pelos tufões que atingem a cada ano o arquipélago filipino.
Em New Bataan, uma cidade localizada em uma região montanhosa de difícil acesso, e em Monkayo, morreram 253 pessoas e 241 são consideradas desaparecidas, anunciou o tenente-coronel Lyndon Paniza, comandante militar da região sul.
"O mais preocupante é que ainda temos 258 pessoas não localizadas", completou.
Em Davao Oriental e em outras 15 províncias da ilha de Mindanao foram pelo menos 81 vítimas. O registro, ainda provisório, foi confirmado pela Defesa Civil.
Quase 87.000 pessoas estão refugiadas em escolas, ginásios e outros prédios públicos.
As autoridades revisam com frequência o número de vítimas do tufão, à medida que as equipes de emergência conseguem acessar as regiões isoladas no sul do arquipélago.
O Bopha tocou a terra na parte leste da ilha de Mindanao na terça-feira, com rajadas de ventos de até 210 km/h e chuvas torrenciais.
Em New Bataan o exército seguia trabalhando com a ajuda de helicópteros e equipamentos pesados para socorrer as vítimas e retirar as árvores, a terra e as pedras arrastadas pelas tempestades.
"Nestas zonas precisamos urgentemente de sacos para cadáveres, medicamentos, roupas secas e, sobretudo, barracas, porque os sobreviventes estão no exterior desde que o tufão destruiu casas e derrubou tetos", disse à AFP a ministra de Assuntos Sociais, Corazón Soliman.
"Os corpos de New Bataan estão como ficaram, no chão, ao relento, e não queremos arriscar o surgimento de doenças", disse.
Corpos cobertos de lama foram levados em caminhões militares e depois alinhados dentro de barracas para que os sobreviventes pudessem reconhecê-los.
Os sobreviventes cavavam entre os escombros para tentar recuperar alguma coisa em meio à paisagem desoladora.
"Há famílias inteiras que morreram", disse o ministro do Interior, Manuel Mar Roxas, que foi ao local dos fatos acompanhado da ministra Corazón Soliman.
A estrada estreita que permite o acesso a New Baatan ficou bloqueada pela queda de árvores e rochas, afirmou o general Ariel Bernardo, comandante da 10ª divisão de infantaria com base em Mindanao.
"Esperamos poder mobilizar nossos helicópteros para executar missões de reconhecimento, busca e salvamento", explicou.
Muitos moradores de Mindanao, em sua maioria muçulmanos, permaneciam isolados em suas casas nesta quarta-feira, sem energia elétrica.
"Três vilarejos costeiros permanecem isolados", disse Corazón Malanyaon, governadora de Davao Oriental.
"As estradas que seguem para as localidades estão bloqueadas por árvores e escombros. Uma ponte desabou", explicou.
A governadora afirmou que 95% dos edifícios do centro da localidade de Cateel, onde morreram pelo menos 16 pessoas, ficaram sem teto, incluindo hospitais.
A cada ano, quase 20 tempestades ou tufões importantes afetam as Filipinas, em sua maioria durante a temporada de chuvas entre junho e outubro. Bopha é o 16º do ano.
Em agosto, as inundações provocadas por várias tempestades deixaram mais de 100 mortos e obrigaram mais de um milhão de pessoas a abandonar suas casas.
Em 2011, 29 tufões passaram pelas Filipinas e provocaram as mortes de 1.500 pessoas, sendo 1.200 apenas em Mindanao durante a tempestade Washi.
Fonte: Portal Uol/Cidade News Itaú
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