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quinta-feira, novembro 22, 2012

Boato de tentativa de suicídio de Bruno interrompe júri por 20 minutos


22.nov.2012 - Mais de dez policiais militares cercaram jornalistas e Lúcio Adolfo, após confusão de boato sobre tentativa de suícidio do goleiro (Foto: Cristina Moreno de Castro/G1)

Um boato divulgado na tarde desta quinta-feira (22) dava conta de que o goleiro Bruno Fernandes teria tentado suícidio dentro da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, Minas Gerais, mesma cidade em que o júri do caso Eliza Samudio está sendo realizado. O boato causou tensão no Fórum de Contagem, onde o julgamento chegou a ser interrompido por cerca de 20 minutos pela juíza Marixa Fabiane. Ela dispensou os jurados por alguns minutos, por volta de 16h10, e disse a todos no tribunal se manterem em silêncio sobre qualquer notícia ou informação, por já saberem do que se tratava, referindo-se ao boato. A sessão já havia sido retomada, às 16h45 desta quinta.

O boato foi desmentido pela Secretaria de Defesa Social de Minas Gerais. Segundo a secretaria, o diretor-geral do presídio, Luiz Carlos Danunzio, confirmou que Bruno está bem. A secretaria disse que Danunzio chegou a ir até o pavilhão onde o atleta está para verificar seu estado de saúde. A tensão ocorreu durante o depoimento da ex-namorada do goleiro, Fernanda Gomes de Castro.
Do lado de fora do tribunal, o falso boato também causou confusão. Jornalistas cercaram o advogado Lúcio Adolfo, defensor do goleiro Bruno, para saber informações sobre o caso. Ele seguiu para trás de um portão fechado, na entrada do fórum, protegido por policiais militares.
Ex-namorada de Bruno depõe
Fernanda, que estava sendo interrogada, às 16h45 desta quinta, confirmou parte do depoimento dado por Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão.
Ela disse que Macarrão, que como ela é réu no processo sobre cárcere privado e desaparecimento de Eliza, usou seu carro, um Gol, por cerca de 20 minutos. Macarrão afirmou em seu depoimento ter levado de carro a ex-amante do jogador, Eliza, até um local indicado pelo goleiro, em Belo Horizonte, onde a jovem entrou em um Palio. "Ele ia levar ela para morrer", afirmou o réu.
Durante o interrogatório, Fernanda disse ter sido informada por Macarrão que a ex-amante de Bruno havia sido agredida pelo primo do goleiro, Jorge Luiz Rosa, num momento anterior ao episódio do carro. "Ele [Macarrão] e Jorge foram encontrar com Eliza para negociar uma dívida. Ele disse que houve uma briga no carro entre Jorge e Eliza por causa de algo que Eliza teria dito algo sobre o jogador que não agradou Jorge", disse.
A ex-namorada afirmou, ainda, que ficou com o bebê de Eliza por alguns momentos e que chegou a fazer mamadeira para ele. "Fiz a mamadeira e troquei a fralda e a criança parou de chorar. Depois disso, subi para o o quarto de Bruno e ele dormiu. Neste momento, não vi a Eliza. Tive vontade de falar com a Eliza, mas fiquei com medo de ela falar meu nome para a mídia", disse. O episódio ocorreu antes do desaparecimento da ex-amante, segundo Fernanda, que ressaltou que Eliza agradeceu por ela ter cuidado da criança.

22.nov.2012 - Fernanda Gomes de Castro responde a perguntas em interrogatório na tarde desta quinta-feira (22) (Foto: Leo Aragão/G1)Desenho mostra Fernanda em interrogatório durante
julgamento em Contagem (Foto: Leo Aragão/G1)
Quarto dia de julgamento
O quarto dia do júri do caso Eliza Samudio no Fórum de Contagem começou por volta das 14h30 desta quinta-feira com o depoimento da ré Fernanda. Ela e Bruno foram namorados na época em que Eliza desapareceu, em junho de 2010.
No processo, Macarrão é acusado de homicídio triplamente qualificado contra Eliza, sequestro e cárcere privado e ocultação de cadáver. Já a ex-namorada de Bruno é acusada de sequestro e cárcere privado de Eliza e de Bruninho. Ambos negam.
Terminado o depoimento de Fernanda na chamada fase de instrução, em que as provas são apresentadas, terão início os debates, com apresentação de argumentos de acusação e defesa para tentar convencer os jurados.

Bruno ficou 'decepcionado'
O advogado do goleiro Bruno, Lúcio Adolfo, disse que o atleta ficou "decepcionado" ao saber nesta quinta (22) das declarações dadas pelo réu Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, no julgamento do caso Eliza.
Macarrão afirmou, em depoimento à juíza Marixa Fabiane, que à época do caso, ocorrido em junho de 2010, levou a ex-amante do jogador de carro até um local indicado pelo goleiro, em Belo Horizonte, onde a jovem entrou em um Palio. "Ele [Bruno] ia levar ela para morrer", disse.
O defensor, junto com os advogados Francisco Simim e Tiago Lenoir, foi à Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, por volta de 11h30 contar a Bruno sobre o interrogatório de Macarrão, que terminou na madrugada desta quinta. "[Ele] reagiu com tristeza, mas entendeu que Macarrão está pressionado", disse. Adolfo reforçou que o goleiro não chorou, mas "ficou chateado, decepcionado, pela amizade que existia entre os dois".
Macarrão relatou à juíza que não sabia o que iria acontecer com Eliza, mas que "pressentia" que a jovem seria morta. Ele afirmou ainda que alertou Bruno sobre o que podia acontecer, mas que o goleiro pediu para ele largar "de ser bundão". "Falou que era para deixar com ele", disse o réu antes de começar a chorar no plenário.
Em entrevista, o advogado Adolfo disse que quer incluir Macarrão como testemunha quando for realizado o novo julgamento do goleiro Bruno, no dia 4 de março de 2013. Ele cogita, inclusive, pedir uma acareação entre os dois.
"A situação de ontem foi atípica, pois o Arteiro [advogado de acusação] ficou em cima do Macarrão", disse Simim, também defensor do goleiro.

Fonte: G1/Cidade News Itaú

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