A polícia vai investigar um possível erro médico na morte da modelo Pamela Baris Nascimento, que teve o fígado perfurado durante cirurgia de lipoaspiração em São Paulo no dia 19. O corpo da mulher, que chegou a ser enterrado em Santa Catarina, será reexaminado pelo Instituto Médico-Legal (IML) do Estado. “Vamos solicitar também a opinião do IML aqui de São Paulo para investigar a possibilidade de ter ocorrido homicídio culposo”, afirma o delegado Evandro Luís de Melo Lemos, responsável pelo caso.
Caso o novo laudo confirme a morte em decorrência de uma perfuração no fígado, a ocorrência se configura como um erro médico, afirma o cirurgião plástico Alan Landecker, que há oito anos realiza cirurgias de lipoaspiração. “A perfuração de órgãos não é a ocorrência mais comum nesse tipo de procedimento. É considerada um erro técnico inadmissível”, afirma Landecker.
Segundo o cirurgião, o erro é agravado por ter ocorrido em uma pessoa que não tinha excesso de gordura. “Nesse tipo de operação quanto mais em forma está a pessoa, menor é o risco”, diz o cirurgião.
Segundo Lemos, será investigado também o crime de fraude processual - o boletim de ocorrência só foi registrado anteontem dez dias após o fato, pela família da vítima. “Isso prejudicou bastante o processo. Os médicos não podem proceder dessa forma”, afirma Lemos.
A clínica Green Hill, onde foi realizada a lipoaspiração, forneceu à polícia toda a documentação que comprova que tanto o local quando o médico, Júlio César Yoshimura, eram aptos a fazer esse tipo de cirurgia. Responsável apenas pela locação do espaço para a realização do procedimento, a clínica diz que nos últimos dias não conseguiu contato com o médico para saber detalhes do que deu errado.
De acordo com a família de Pamela, o próprio médico entrou em contato para comunicar o falecimento e a clínica ajudou a pagar o traslado do corpo. “O boletim de ocorrência demorou a ser feito porque não sabíamos que era preciso registrar. Além do abalo emocional, havia pendências a resolver sobre a documentação dela, que morava sozinha em São Paulo”, explica o primo, Antônio Celso.
Segundo o familiar, Pamela tinha contato apenas com uma tia, que a criou desde os 6 anos, após a morte da mãe, e vive em Santa Catarina. “Ela nem sabia da cirurgia e até ficou surpresa. Menos de um mês antes, ela havia feito um procedimento para tratar de varizes nas pernas”, afirma Celso.
Além de modelo, Pamela fazia participações eventuais em programas de televisão, mas nos últimos meses tinha dificuldades para conseguir novos trabalhos.
Fonte: DN Online/Cidade News Itaú
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