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segunda-feira, setembro 03, 2012

Colonos israelenses são retirados do maior assentamento da Cisjordânia


Todas as famílias de colonos israelenses foram retiradas neste domingo (2) do assentamento ilegal de Migron, o maior da Cisjordânia ocupada, 48 horas antes do fim do ultimato da Suprema Corte de Israel. Nas portas de algumas residências, os moradores escreveram "Migron, voltaremos" e "Nunca esqueceremos o sionismo".

Nas últimas horas agentes da polícia e da polícia de fronteiras entregaram as ordens de evacuação. Os colonos se mudarão de forma temporária para um seminário religioso próximo, segundo o jornal "Yedioth Ahronoth".

A evacuação é realizada após um pacto de silêncio entre representantes do atual governo de Benjamin Netanyahu, e os líderes dos colonos, que se comprometeram a deixar voluntariamente o local e não recorrer à violência. A desocupação, no entanto, foi marcada pela resistência.

"Trata-se de uma ordem imoral apesar de ter vindo da Suprema Corte. Não sei o que significa ser evacuado de forma voluntária. A única coisa que sei é que viemos para nos assentar na Terra de Israel que nos foi desapropriada e à qual retornamos", disse o rabino Mordechai Rabinovich, que é pai de um dos colonos do local. 

A imprensa local disse que um número indeterminado de famílias e radicais do grupo "Jovens das Colinas" de outros assentamentos se entrincheirou em várias casas, apesar do cordão de isolamento policial ao redor da colônia. Os "Jovens das Colinas" são o núcleo mais duro da colonização judaica do território ocupado da Cisjordânia, e responsável pela criação de mais de meia centena de miniassentamentos que em Israel são conhecidos como "enclaves ilegais", terminologia que os diferencia das colônias criadas a partir de 1970 com a aprovação dos sucessivos Governos israelenses.

Segundo documentos judiciais, Migron foi construído em maio de 2001 parcialmente em terras privadas palestinas sem autorização do governo israelense e deveria ter sido desmantelado há 10 anos. A colônia tinha 250 habitantes em 2009. A colônia é a mais antiga da Cisjordânia e se tornou um símbolo do combate dos colonos contra as decisões da Justiça.

Mais de 340 mil israelenses vivem em colônias na Cisjordânia ocupada, quase 200 mil em uma dezena de bairros erguidos na parte leste de Jerusalém, ocupada e anexada por Israel desde junho de 1967.

Para a comunidade internacional e os palestinos toda presença judia em território ocupado desde 1967 é ilegal, e a Cisjordânia faz parte do futuro Estado palestino junto com Gaza e Jerusalém Oriental. Israel e os colonos denominam a Cisjordânia com os nomes bíblicos de Judeia e Samaria e defendem que é parte da histórica terra prometida por Deus aos judeus. (Com agências internacionais)

Fonte: Portal Uol/Cidade News Itaú

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