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quarta-feira, agosto 29, 2012

Campanha combate troca de água por voto


Com inserções em rádios, além da distribuição de panfletos e cartilhas, a mobilização tem o objetivo de conscientizar, principalmente, os pequenos agricultores. (Foto: Divulgação/ASA Brasil)
Com o slogan “Quem pede voto em troca de água não merece nossa confiança,” várias organizações sociais, vêm alertando a população da região do Semi-árido a não trocar o voto por água. Intitulada “Não Troque Seu Voto por Água. A Água É Um Direito Seu!”, a campanha foi lançada este mês pela Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA).

A campanha vem incentivando a denúncia de casos que envolva esse tipo de negociação, durante a campanha eleitoral deste ano. A iniciativa conta com uma rede formada por mais de mil organizações da sociedade civil que atuam nos estados do Nordeste e em Minas Gerais.

Com inserções em rádios, além da distribuição de panfletos e cartilhas, a mobilização tem o objetivo de conscientizar, principalmente, os pequenos agricultores.

Velhas práticas

Na verdade, esse debate da escassez de água parecia uma coisa do passado. Mas, pelo que percebemos ele está mais vivo do que nunca. Pensar que ainda existem regiões tão carentes de água a ponto de trocar o voto por ela, nos coloca de volta a períodos que pensávamos ter deixado para traz.

Quem não lembra da frase “O problema do Nordeste é a seca ou a cerca?”. Depois de décadas de debates e enfrentamentos, a conclusão foi que nosso problema era político, ou de cerca. Pois bem, ele continua o mesmo. E, vale salientar, está longe de acabar. O Crato, ainda, é um exemplo disso. A maior parte das nascentes localizadas na encosta da serra, o lado da Chapada que pertence ao Crato, estão nas mãos de particulares e servem para encher piscinas e servir de atração para amigos.

A água é um bem natural e que pertence a todos, não pode ter dono. Mas, como no Brasil o que nos pauta é a teoria e não a prática, continuamos a depender de políticas públicas e de governos que tenham a coragem de romper com o passado. Vale lembrar, que esta realidade está mudando, mas de forma muito lenta.

A campanha é encabeçada pela ASA, uma articulação social que agrega mais de mil entidades. A ASA é a mentora do Programa 1 Milhão de Cisterna e tem no cariri entidades parceiras como a ACB, Cáritas, Grunec e outros. Acredito que a campanha vá atingir seu objetivo; mas, a questão é que o problema permanecerá depois da eleição. Resta-nos, esperar que os prefeitos e vereadores eleitos, abandonem a essa prática perversa e atentem para resolver o problema.

Fonte: Portal Miséria/Cidade News Itaú

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