A maneira de agir da quadrilha que invadiu a cidade de Baraúna, distante 36km de Mossoró, chamou a atenção das autoridades norte-rio-grandenses. O crime foi praticado com extrema violência e muita ousadia. Os bandidos inovaram ao roubar o cofre do banco e metralhar o prédio da Polícia Militar no município. A ação é totalmente diferente dos crimes dessa natureza que foram registrados no Rio Grande do Norte durante os últimos anos. O modo se assemelha aos crimes ocorridos no Ceará.
A unidade responsável pela investigação desse tipo de crime no RN é o Departamento Especializado em Investigação e Combate ao Crime Organizado (DEICOR), que fica em Natal e tem atribuição de investigar os ataques a bancos na região metropolitana e também no interior do Estado. A delegada Sheila Maria de Freitas, diretora da Deicor, se espantou com a ação dessa quadrilha. Ela explica que dois pontos chamaram a sua atenção. O primeiro foi com relação à quantidade de bandidos. A estimativa dos policiais é que mais de 10 tenham participado diretamente da ação criminosa.
Outro ponto que chamou a atenção da delegada foi o fato de os bandidos terem levado o cofre da agência. O normal, segundo Sheila Maria, é roubar os caixas eletrônicos, seja usando explosivos ou usando maçaricos. "Nesses dois últimos anos não houve nenhum (roubo a banco), caso semelhante a esse, com tanta gente. Geralmente, é colocada uma banana (de dinamite) no terminal eletrônico ou um maçarico e é levado o dinheiro do caixa eletrônico. Aí (em Baraúna) levaram um cofre. É outra especialidade, outro tipo de gente", comenta a delegada, experiente nesse tipo de apuração.
Para Sheila, a quadrilha que agiu em Baraúna pode ter vindo do Ceará. O Estado vizinho, cuja cidade potiguar que foi alvo dessa vez faz divisa, tem sofrido bastante neste ano com ações dessa natureza. Já foram registrados inúmeros roubos a banco com uso de explosivos e, por isso, a delegada diz acreditar que a quadrilha seja de lá. "É típico de ações que estão acontecendo no Ceará, que é divisa", reforça Sheila, lembrando que os ataques a bancos no RN haviam caído entre o ano passado e este ano. "Caiu muito", enfatiza, destacando que o momento mais grave foi em 2010, com inúmeros casos.
Modo de agir nos bancos dificulta as investigações
Geralmente, os bandidos estão encapuzados, usam armamento de grosso calibre e costumam agir durante a madrugada. Esses são fatores que prejudicam a investigação, tornando-a um quebra-cabeças difícil de ser montado. A delegada Sheila Maria de Freitas coordena a divisão da Polícia Civil do RN que é responsável por investigar esse tipo de crime e está ajudando na investigação do roubo do Banco do Brasil de Baraúna, realizada pela Divisão de Polícia do Oeste (DIVIPOE), de Mossoró.
"É difícil esclarecer porque as pessoas estão encapuzadas, fortemente armadas, em veículos que quase nunca são identificados. Geralmente são em locais onde não há vigilância armada. Quando há, é eletrônica, e eles já sabem disso. Eles entram, aterrorizam a cidade e saem", comenta a delegada.
Os últimos crimes dessa natureza que foram registrados na região Oeste do Rio Grande do Norte ainda continuam sem resposta. É o caso da própria agência do Banco do Brasil de Baraúna, que foi invadida em março de 2010 por uma quadrilha fortemente armada.
O crime foi investigado em caráter especial por um delegado designado só para o caso, mas ninguém foi preso. Outro exemplo é o roubo simultâneo às agências do Banco do Brasil de Martins e Portalegre, ocorrido em julho de 2010, que até hoje ainda não foi esclarecido.
Fonte: Defato
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