sexta-feira, maio 11, 2012

Empresário afirma que José Agripino tentou convencer Rosalba a não cancelar contrato

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Mais uma rodada de vídeos com o depoimento do empresário Alcides Fernandes Barbosa, um dos sócios do Consórcio Inspar que faria a inspeção veicular no Rio Grande do Norte, colocou o senador José Agripino (DEM) sob suspeita. Desta vez o empresário acusa o parlamentar de fazer lobby junto à governadora Rosalba Ciarlini e ao ex-deputado Carlos Augusto Rosado para que eles não cancelassem o contrato.

De acordo com Alcides Barbosa, em depoimento publicado pelo Portal Nominuto.com, Agripino chegou a devolver dois dos quatro cheques de R$ 250 mil dados a ele na campanha de 2010. "Ele [Agripino] disse que ia devolver dois cheques para George, porque dois já haviam sido descontados. O George ainda pergunta pra ele: 'e os dois que já foram?'. Aí ele disse: 'você me dá uns dias, uns dez, quinze dias, que vou conversar com você pra ver. Senador falou pro George: 'George, eu vou te devolver isso daí [os cheques] porque eu não posso ir além do que eu já fui com o Carlos Augusto e a Rosalba'", disse ele, que completou: 'Carlos Augusto estava irredutível'", relatou. No entanto, o empresário não soube dizer se o parlamentar realmente devolveu os cheques.
De acordo com o empresário, o encontro teria ocorrido na casa de Agripino em Brasília e relata detalhes de como foi recebido pelo presidente nacional do DEM: "Foi uma casa no Lago Sul, ali naquela região de casas nobres. A hora em que cheguei na casa tinha um Azera [carro da Hyundai] novinho prata, né, e o senador falou assim: 'esse é o melhor custo benefício/hoje'e eu falei 'É mesmo. Um amigo meu de São José dos Campos acabou de comprar um'. Aí ele abriu a porta e disse 'olha, esse carro tem tudo da BMW' e eu disse 'eu sei, senador'".
Sobre esses novos elementos, o senador José Agripino não se pronunciou.
Já o empresário George Olímpio, apontado como intermediário das negociações, enviou nota em que nega a participação no esquema. "NÃO houve pagamento de propina ou mesmo promessa ao senador José Agripino Maia ou qualquer outra pessoa, com ou sem a emissäo de cheques do Banco do Brasil ou de outra instituição bancária", acrescentou. 



Desembargadores, deputado e ex-governadores são alvo de acusações

O empresário Alcides Barbosa não poupou os ex-governadores Iberê Ferreira de Souza e Wilma de Faria, além dos desembargadores Expedito Ferreira e Saraiva Sobrinho. Além do deputado estadual Ezequiel Ferreira de Souza (PTB).
Alcides Barbosa conta que pagava por intermédio do advogado George Olímpio R$ 10 mil ao filho de Wilma, Lauro Maia, para que ele articulasse politicamente a realização da Inspeção Veicular pelo Consórcio Inspar. O acordo previa repasse de 15% dos lucros à ex-governadora assim que os trabalhos começassem.
Coube a Ezequiel, segundo Alcides, fazer as articulações para que o projeto implantando a inspeção veicular no Estado fosse aprovado na Assembleia. Em troca o parlamentar teria recebido R$ 300 mil. Em nota o parlamentar disse que o projeto foi aprovado por 22 deputados e tentou desqualificar a denúncia: "A respeito da acusação de que eu teria recebido R$ 300.000,00 para possibilitar a aprovação pela Assembleia Legislativa da lei de inspeção veicular no Estado, acusação que nasce com a suspeição de uma delação (sem prova) premiada (feita por alguém com o explícito propósito de sair da prisão), esta mesma origem deixa na acusação a marca da fantasia e da mais completa improcedência.A fantasia soa absurda, por não ter eu liderança e força suficientes na Casa para influir, isoladamente, na decisão de vinte e três outros deputados, nem poder para levá-los a votar dessa ou daquela maneira. É mesmo ridículo supor que alguém vá desembolsar tão vultosa quantia para seduzir um só deputado, entre vinte e quatro, quando esse único deputado sabidamente não tinha meios e força para atender ao pretendido".
Nas palavras do delator, quando Iberê assumiu o governo recebeu R$ 1 milhão de George Olímpio e passou a ser beneficiado com os 15% dos lucros acordados com Wilma.
Com a chegada de Rosalba Ciarlini ao governo foi articulado pagamento de R$ 50 mil mensais a Érico Valério, filho do desembargador Expedito Ferreira, que comandou o Detran no início da gestão do DEM.
O magistrado, que tinha fortes ligações com Rosalba, era uma das esperanças do empresário Gilmar da Montana para convencer a governadora a manter a inspeção veicular.
Outro desembargador citado é Saraiva Sobrinho que atenderia aos interesses do grupo sob a influência do ex-senador João Faustino (PSDB). No entanto, a decisão de Saraiva sobre o processo não foi favorável ao Consórcio Inspar. Ele alegou incompetência para julgar o processo e o encaminhou à Justiça Federal.
Até o fechamento desta edição nem os ex-governadores ainda tinham se pronunciado, assim como Saraiva Sobrinho. Expedito Ferreira informou que tomaria as medidas cabíveis sem especificar o que vai fazer.

Fonte: O Mossoroense

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