A Polícia Civil em Campo Grande está
finalizando o inquérito sobre a morte de uma manicure, de 32 anos, assassinada
a golpes de canivete no dia 19 de abril. O marido, que é o suspeito do crime,
foi preso no mesmo dia e, antes de ser detido, confessou o crime para um primo
e até para uma atendente de telemarketing. Na gravação feita pela empresa,
divulgada ao G1 pela Polícia Civil, o homem diz que acabou de matar a mulher e
que iria se entregar. (ouça o áudio).
A mulher foi morta com pelo menos 5
golpes de canivete. O crime aconteceu na casa dela, no bairro Nova Lima, onde
também estavam 2 dos 5 filhos do casal. Segundo a Polícia Civil, ela e o
suspeito estavam separados há um mês e ele não aceitava o fim do
relacionamento.
Conforme registro da ocorrência na
Polícia Civil, no dia 19 de abril, o suspeito foi até a casa da mulher e os
dois discutiram. Segundo a delegada Rozely Molina, da Delegacia Especializada
de Atendimento à Mulher (Deam), a menina de 12 anos chegou a dizer para o pai
que ele não poderia entrar na casa. O alerta referia-se a uma medida protetiva
expedida no dia 8 de abril, depois que a manicure registrou boletim de
ocorrência por ter sido ameaçada pelo marido.
De acordo com a polícia, o marido já
estava sendo considerado foragido quando recebeu a ligação da atendente de
telemarketing, no mesmo dia. Na gravação, ele diz que vai se entregar, pois
“está dando maior rolo”. A funcionária da empresa não acredita na confissão,
mas ele insiste; “sério, vou mentir isso para quê?”.
Antes de se entregar, segundo a
polícia, o suspeito também havia confessado o crime para um primo e disse que
iria se matar. No encontro com essa testemunha, ele foi preso por policiais
militares. A delegada diz que a gravação serve como mais um elemento de
confissão, pois reafirma o que já consta no inquérito.
Para a investigação, segundo Rozely,
é uma forma de assegurar que ele não mude a versão, dizendo que foi forçado a
confessar o crime. O homem está detido na 4º Delegacia de Polícia.
A delegada conta que a gravação foi
entregue ao Instituto de Criminalística, mas a polícia não tem dúvidas de que a
voz é do suspeito. “Ele mostra uma frieza, porque acabou de cometer um crime e
relatou os fatos com tamanha crueldade”, disse a delegada. No dia que foi
preso, ele disse ao G1 que estava arrependido.
Rozely diz que ele será indiciado por
homicídio doloso, mas ainda não definiu as qualificadoras a serem utilizadas
(motivo torpe, sem chance de defesa ou emprego de meio cruel). A polícia ainda
irá interrogar algumas testemunhas e procura pelo canivete usado para matar a
mulher Somente o cabo foi encontrado na casa.
Para o presidente da Ordem dos
Advogados do Brasil em Mato Grosso do Sul (OAB-MS), Leonardo Duarte, a gravação
pode ser usada pela acusação, conforme o entendimento do promotor que
futuramente será responsável pelo caso. Segundo Duarte, a confissão para a
atendente não deve influenciar na qualificação do crime, mas não deixa dúvidas
da autoria do homicídio. Veja o diálogo:
Suspeito - Acho que não vai dar para
falar com você agora.
Atendente - Não vai dar seu ...?
Suspeito - Não, acabei de fazer uma
cagadinha aqui... acabei de matar minha esposa.
Atendente - Oi?
Suspeito - Acabei de matar minha
esposa e está dando o maior rolo. Acho que eu vou até me entregar agora.
Atendente - Ah é, até parece.
Suspeito - Estou falando sério mesmo,
não estou brincando não.
Atendente - Sério? Eu não acredito...
Suspeito - Dei 4 ou 5 facadas,
parece. Sério. Eu vou mentir isso para quê? Acabou de falecer agora, ela. Eu
estou indo para a fazenda.
Suspeito - Ela morreu lá no Nova
Lima, com 5 facadas.
Atendente - Por que?
Suspeito - É briga de marido e
mulher.
Atendente - Sério?
Suspeito - Por isso que eu mudei de
endereço. Eu ia mudar para cá, aí não deu mais certo. A gente começou a brigar
e aconteceu isso. Tchau.
Atendente - Tá bom então seu...,
obrigada.
Fonte: G1
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