O clima esquentou em Patu. O ex-prefeito Possidônio Queiroga da Silva Neto, "Popó", e outras 14 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF) pelos crimes de formação de quadrilha, dispensa indevida de licitação, falsificação e supressão de documentos, lavagem de dinheiro e desvio de verba destinada à construção de creche em Patu. Entre os participantes do esquema estão empresários, ex-servidores da Prefeitura, apoiadores políticos e familiares do ex-gestor.
A investigação da Polícia Federal denominada "Operação Deus dos Mares" está em curso desde 2010 e já chegou a deter o ex-prefeito. Com a nova decisão, o MPF voltou a pedir sua prisão preventiva e de mais cinco dos acusados.
A denúncia foi feita depois que a atual prefeita, Evilásia Gildênia, constatou o sumiço de R$ 700 mil da conta de um convênio firmado com o Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE). O convênio destinava-se à construção de creche na cidade, mas perícia e vistoria realizadas verificaram que sequer as fundações da creche foram erguidas.
Ao emitir os extratos da conta do convênio, a prefeita confirmou que diversos saques foram realizados, durante o mês de outubro de 2008. "Exatamente no mês das eleições municipais, quando Possidônio não conseguiu que o candidato indicado por ele vencesse", destaca o procurador da República Fernando Rocha de Andrade, que assina a denúncia.
Para ele, "quando soube que não continuaria no comando do Município de Patu, o ex-gestor tratou de esvaziar a conta e sumir com qualquer documento referente ao convênio ou à realização de licitação decorrente deste".
MODO DE AGIR
De acordo com o MPF, o então prefeito articulou esquema que teve início com a contratação ilegal e direta da empresa Mudar Construções (Construções e Serviços de Limpeza Oliveira Ltda.) para executar as obras da creche, apesar de ela ter sido a segunda colocada na licitação realizada.
A partir da contratação irregular, foram efetuados saques através de cheques e realizadas movimentações bancárias para dissimular a origem de valores decorrentes do desvio de recursos. Os cheques eram assinados por Possidônio e ocupantes da Secretaria de Finanças.
Um dos cheques, no valor de R$ 202.907,49, foi depositado em 29 de dezembro de 2008, na conta de José Carlos Pereira, que foi motorista particular do ex-prefeito. O valor foi retirado em janeiro de 2009, através de saque com cartão de R$ 128.600,00 e de guia de pagamento assinada por José Carlos Pereira, referente a R$ 72.700,00, o que demonstra a participação dele no esquema de desvio dos recursos.
Na denúncia, o MPF requer a prisão preventiva do ex-gestor, dos donos da empresa "fantasma", dos então servidores da Secretaria de Finanças e de José Carlos Pereira.
Fonte: Defato
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