Com o alto índice de informalidade, uma das saídas buscadas pelo setor é a profissionalização do segmento. A Câmara de Vereadores de Mossoró entrou na discussão e convidou o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) a participar do processo, com a finalidade de formalizar a atividade. "Um dos mecanismos para darmos sustentabilidade ao trabalho dos proprietários de abatedouros é, por exemplo, organizando a categoria em uma associação, para que possamos angariar melhorias de mercado para todos eles", propõe o vereador Genivan Vale (PR).
A ideia dele é que os produtores possam fortalecer o segmento. Como a adequação que cada um deverá fazer é muito cara, uma das alternativas apresentadas foi também tentar conseguir com o Governo do Estado ou ainda com a Prefeitura de Mossoró a construção de um abatedouro público que possa abarcar todos esses proprietários.
A reportagem do DE FATO visitou alguns abatedouros da cidade e constatou que as condições sanitárias deixam muito a desejar. Na grande maioria dos casos, os frangos são abatidos no quintal de casa ou mesmo em áreas próximas às residências. Não há tratamento adequado da água que é utilizada, tampouco estrutura higiênica de armazenamento desses animais.
De acordo com o chefe do Idiarn, Evandro Moraes, a proximidade dos abatedouros com as residências expõe as crianças e adultos ao risco de contaminação de eventuais doenças, "além de não ser higiênico, porque o fluxo de pessoas entre a granja, o abatedouro e os outros espaços acontece sem o uso de material adequado", diz ele.
A exposição e as precárias condições deixam ainda outro alerta para a comunidade. O setor sanitário chama atenção para o risco do desenvolvimento de doenças que possam se proliferar e, saindo dos abatedouros, cheguem até o consumidor.
Realidade precária expõe risco à saúde
Todos os proprietários com os quais a equipe do DE FATO conversou em alguns momentos confessam ter consciência das poucas condições dos espaços. Mesmo assim, a comissão formada pelos proprietários tenta na Justiça uma liminar que suspenda o efeito das interdições.
A estimativa é que mais de vinte abatedouros existam na cidade de forma clandestina. Juntos, eles movimentam mais de 30 mil quilos de frango por semana. Aliado a isso aparece também outro problema.
Os criadores de frango estão com a produção parada. Dos dois que existem em Mossoró, apenas um pode ser considerado de grande porte e escoa as aves para outros mercados, já o segundo de menor porte concentra seu fornecimento a Mossoró e pequenas cidades da região. Eles temem que haja um colapso no fornecimento da carne na cidade.
Em visita à Central de Abastecimento, os comerciantes descartam a possibilidade porque, segundo eles, o que o mercado externo despeja na cidade dá para atender o consumo. Porém, alguns deles reforçam a dificuldade em manter contato com outros fornecedores.
Fonte: Defato
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