Transferência mantida sob sigilo total

A transferência dos traficantes Fabiano Atanázio da Silva, conhecido como "FB", e Luis Cláudio Serrat Correa, o "Claudinho CL", da Penitenciária Estadual de Bangu I, no Rio de Janeiro, para o presídio federal de Mossoró foi mantida sob absoluto sigilo. A saída deles foi autorizada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro na segunda-feira passada, mas eles continuavam na prisão fluminense até as 18h30 de ontem. A previsão de chegada dos dois era para ontem, logo pela manhã, o que não foi confirmado.

Conforme a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (SEAP) do Rio de Janeiro, não havia sido enviado nenhum tipo de documento solicitando a transferência dos dois traficantes. Ambos continuavam, até as 18h30, presos em Bangu 1 e não havia nenhuma previsão de quando eles chegariam a Mossoró (podendo ser durante a madrugada de terça para quarta-feira, inclusive). O Tribunal de Justiça do Rio divulgou na segunda-feira que autorizou a transferência dos dois a pedido da Secretaria de Segurança Pública do RJ, mas não informou data e hora.

A transferência de presos para unidades federais tem que atender um processo extremamente burocrático que passa também pela Vara da Justiça Federal de Mossoró. A vinda dos dois depende de uma autorização formal do juiz-corregedor responsável pelo presídio federal de Mossoró. A reportagem buscou informações durante todo o dia de ontem sobre o andamento desse processo, mas ninguém quis se pronunciar sobre o assunto. A Polícia Federal, que auxilia na escolta, informou desconhecer a operação e no presídio federal servidores disseram não ter autorização para falar do caso.

Várias equipes de reportagem da região passaram o dia de plantão no Aeroporto Municipal Dix-sept Rosado, à espera dos traficantes. A exemplo dos outros bandidos que vieram do Rio de Janeiro, a expectativa é que FB e Claudinho CL desembarcassem no aeroporto em uma aeronave da Polícia Federal e fosse escoltado por terra até o presídio federal. Há ainda uma outra possibilidade já utilizada pelo Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN), que é responsável pelo gerenciado das prisões federais do Brasil. Eles poderiam descer em Natal ou Fortaleza (CE) e seguir até Mossoró por terra.

Fonte: Defato